10 de dez. de 2012

Preparando a criança para o Natal

 
Quando pensamos em Natal, logo pensamos na festa, seu significado, os presentes, decorações, etc. Para que tudo saia como planejado, precisamos pensar também no preparo das crianças com necessidades especiais, principalmente as crianças com autismo.
A maioria das crianças com dificuldades têm problemas em lidar com o novo, ou com o barulho. Em razão disso, o que seria uma ocasião antecipada com muita alegria, na hora se transforma em uma situação difícil para a família.
Alguns recursos que podemos ajudar a criança se preparar para a ocasião são:
  • contar sob a forma de história o que vai acontecer no dia. Onde será a reunião, que pessoas estarão lá, a que horas Papai Noel vai chegar, quando serão abertos os presentes. É importante lembrar que contar uma vez só não é o suficiente para preparar a criança. A história precisa ser repetida muitas vezes para que haja oportunidade para incorporar os fatos. Se tiver fotos de reuniões semelhantes de anos anteriores, mostre ao contar a história. Muitos pais comentam que não gostam de contar com antecedência porque daí a criança vai falar sobre isso sem parar. Pode ser cansativo ouvir repetidas vezes a mesma coisa mas, essa é a forma dela se preparar para o evento.
  • Lembre-se que o fato da criança não falar não significa que não entende. Não deixe de explicar as coisas apenas porque a criança não fala.
  • Lembrar o que se espera dela nesse dia: que tipo de roupa vai usar, o que vai dizer quando receber um presente (ou, quando não receber). Pense que roupa não é tão importante e, se é um drama para a criança usar um certo tipo de roupa, não forçá-la a usar já melhora muito a situação.
  • Se a criança se incomoda muito com o barulho, estude a possibilidade de colocar um tampão ou fone de ouvido. Pode parecer estranho para algumas pessoas, mas possibilita participar de uma situação incômoda para ela.
  • Considere qual o momento mais importante do dia e, se a criança tiver tolerância muito baixa, pense em chegar à reunião mais perto da hora importante para ter certeza de poder participar dela.
  • Um plano B também é importante. Se de todo a criança não consegue tolerar esse tipo de festa ou reunião, considere a possibilidade de começar de forma limitada este ano, participando por um tempo curto da festa ou fazendo uma reunião pequena em sua própria casa.
É importante lembrar que, às vezes, mais importante que dar um presente caro, é ajudar a criança a passar sem dificuldade por uma situação que pode ser difícil.
 
Fonte: Heloiza Goodrich (www.toi.med.br)

8 de dez. de 2012

O poder dos jogos infantis


Existe coisa melhor do que sentar com o seu filho pra brincar? Do que reunir a família e jogar? A hora do jogo é um momento sublime, onde as energias se somam, onde a vivacidade fica aguçada, onde a gente aprende a ganhar e perder, a ver a alegria da criança ao estar ali saboreando a presença dos seus queridos... pra quem já passou por essa fase, se lembra do bem-estar de brincar de fazer castelo de areia na praia? De jogar dominó com o papai? 

Jogar faz bem. Alimenta a alma. Ainda mais nos dias de hoje, com tanta correria, muitas famílias estão perdendo o tempo pra jogar em família. Cada vez mais, vemos jogos solitários, que também são bons, mas não suprem a intimidade e a união que os jogos em família fazem aflorar. Tem sido mais e mais freqüente as queixas de crianças reclamando que os pais têm cada vez mais tempo pra elas, e uma das melhores formas de estar junto, é jogar. Vamos aproveitar e pegar um pouquinho do nosso tempo pra jogar com aqueles que a gente ama. Mas jogar é bom de qualquer jeito com amigos, com a nossa turma e com nossos colegas. Jogar sozinho também é bom. 

O jogo faz nascer potencialidades de dentro da gente, faz surgir idéias novas, inovadoras, faz a gente querer ganhar, descobrir, intuir, ter metas e objetivos e onde querer chegar. E tudo isso é muito bom para desenvolver aquilo que chamamos de funções executivas, que são nossas vontades voluntárias voltadas à realização de um objetivo. Já jogou em dupla? Que legal né? A gente aprende instintivamente a fazer boas parcerias, a saber como é ter um bom parceiro. 

Quem joga, ativa as funções mentais, a performance global de vida, capacidade de se ter um rendimento global maior na vida. É bem verdade que como tudo na vida, tudo tem que ter a sua hora, o seu limite. O jogo também nos ensina a hora de parar. A lidar melhor com os nossos limites. A ficar bem, mesmo quando vemos o nosso parceiro ganhar. Você sabe que daqui a pouco vem a sua vez de ganhar também. O jogo atua no auto-conhecimento. Jogando, você vai notar que você, ou seu filho ou o parceiro do jogo recorrentemente apresenta falta de concentração ou coordenação motora, ou como está o seu estado emocional. Quem nunca jogou com aquele cri-cri que fica enfurecido ou desmantela o jogo quando ele está perdendo? O jogo é uma ferramenta de medição e aferição do nosso estado emocional. É a partezinha que aflora, que todo mundo vê, que nem a pontinha de um grande iceberg... 

Você sabia que já na antiguidade, os Egípcios, Romanos e Maias utilizavam os jogos como meio de aprendizagem de valores, conhecimentos e normas sociais? 
Mas então, porque tanta gente reclama dos jogos, que o filho fica horas jogando pra fugir das obrigações e etc? Até onde o jogar é um benefício ou um prejuízo à saúde dos nossos pequenos? Essa polêmica divide francos opositores e ferrenhos adeptos. Como tudo na vida, antes de qualquer coisa o equilíbrio. Não é dos jogos que a gente reclama, mas sim dos excessos. Excesso de tudo é muito prejudicial mesmo. De todo modo, universais e presentes em todas as culturas, os jogos constituíram desde sempre uma forma de atividade inerente ao ser humano, exercendo sobre ele um fascínio inexplicavelmente compreensível e muito sedutor. Ainda que algumas pessoas considerem o ato de jogar supérfluo, ele torna-se uma necessidade e um elemento vital para o equilíbrio social, cultural e psíquico do ser humano. 

Segundo uma ótica sociológica, os jogos proporcionam elementos importantes à construção da personalidade e conseqüentemente à construção do conhecimento: a familiarização com o êxito, o que desenvolve a autoconfiança e segurança; a libertação de sentimentos de agressividade e frustração, de forma natural, criativa e até terapêutica. Ao jogar, a criança e o adolescente têm acesso a cultura da sua Sociedade, ao mesmo tempo em que a recria, sempre estabelecendo relações sociais com os outros. E mais, o jogo pode trazer à tona questões inconscientes e medos recalcados, facilitando o autoconhecimento das próprias emoções e do mundo interior de cada pessoa. 

Desta forma, é patente que o jogar, de forma espontânea, é um elemento crucial para um processo educativo que tem como foco a autonomia do ser. Em geral, um pouco de jogo vai deixar a criança, o adolescente ou o adulto mais sociável além de melhorar o seu relacionamento interpessoal. É de praxe que suas habilidades visuo-espaciais, resolução de problemas e tarefas, rapidez de pensamento e raciocínio lógico fiquem bem mais afiadas . De igual modo, todas as habilidades atentivas e de concentração também ficam mais aguçadas. 

Os jogos despertam a curiosidade da criança, são sedutores e promovem criatividade e produção de arte. Inúmeros são os atributos do jogo, todos estando de algum modo interligados entre si: representação do real versus o imaginário; manejo de dúvidas e conflitos; resolução de problemas e saber priorizar; habilidades sociais e funções executivas; determinação, perseveração e controle dos impulsos, manejo dos determinismos e aleatoriedade; segurança, confiança e auto-estima; correr risco; analise estratégica e intuição, e muito, muito mais..


Fonte: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/5016-o-poder-dos-jogos-infantis#.UMJFW1Firco.facebook (de Evelyn Vinocur - Neuropsiquiatra e psicoterapeuta)

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...