23 de nov. de 2013

Visão, Desenvolvimento, Atenção e Aprendizagem


Quando pensamos na influência da visão na aprendizagem normalmente nos referimos ao facto da criança ver bem ou mal, ou seja, à acuidade visual. Se for este o problema pode ser corrigido por um oftalmologista que poderá prescrever óculos.
Mas, na verdade existem outros componentes da visão que por vezes têm um forte impacto na aprendizagem e que são mais difíceis de detectar. São eles o controlo ocular, coordenação olho- mão e a percepção visual.
Quando falamos em coordenação olho- mão e controlo ocular estamos a referir-nos ao controlo dos músculos dos olhos para que estes possam trabalhar em conjunto com as mãos, mas também da estabilização do campo visual quando nos movemos para que seja possível correr a direito, marcar um jogador num campo enquanto corremos ou correr em direção de uma bola para lhe dar um pontapé. Referimo-nos ainda à perseguição ocular, ou seja, seguir um objecto em movimento, por exemplo para apanhar uma bola que nos foi lançada ou controlar o movimento dos olhos ao longo de uma linha durante a leitura. Controlo ocular refere-se ainda à capacidade para fazer convergência e divergência com os olhos ou seja trabalhar com os olhos em conjunto para por exemplo afasta-los quando olham para o quadro e aproxima-los para olhar para a ponta da caneta que está a escrever.
A percepção visual refere-se ao significadoque o nosso cérebro dá à informação que vemos. Fazem parte da percepção visual, para além da percepção de cores e formas, a percepção da figura fundo ou seja a capacidade de ver algo que faz parte de uma imagem maior ou mais confusa (por exemplo encontrar uma peça de um jogo ou destacar uma palavra ou letra num conjunto); a percepção da posição no espaço ou seja perceber o que está virado para cima, baixo ou lados (por exemplo distinguir o “b” do “d”); e a percepção das relações espaciais que nos permitem perceber a orientação dos objetos ou símbolos uns em relação aos outros (por exemplo a orientação dos traçados para reproduzir letras).
Nós precisamos de coordenação olho-mão,controlo ocular e percepção visual para realizarmos a maioria das actividades do dia-a-dia, por exemplo: jogar à bola, fazer umpuzzle, cortar com a tesoura, pintar, desenhar, escrever, copiar, atar atacadores, etc, etc. Quando a criança tem dificuldades relacionadas com qualquer um destes aspectos da visão pode apresentar desmotivação, atraso ou recusa das actividades atrás referidas e pode necessitar de ser ajudada.
Os terapeutas ocupacionais podem avaliar onde estão as dificuldades e desenvolver programas de intervenção em conjunto coma família e o jardim-de-infância ou escola.

22 de nov. de 2013

Segurar bem a caneta e ter uma “Letra” bonita


A preensão da caneta e especialmente a grafo motricidade ou caligrafia, é uma competência mais complexa do que muitas vezes se pensa. A capacidade da criança para imitar traços, passar por cima de linhas e tracejados e pintar dentro de contornos, são as bases nas quais vão assentar o desenvolvimento das competências para escrever letras e palavras.

É necessário que a criança tenha estas capacidades para que possa concentrar-se no conteúdo do que escreve e ouve, em vez de se esforçar para agarrar a caneta e coordenar os movimentos da mão.


A grafo motricidade ou caligrafia está fortemente influenciada pelo desenvolvimento de competências sensório motoras, de percepção visual e cognitivas, sendo a preensão da caneta muito importante para o controlo da caneta e dos movimentos da mão durante a escrita.
A maneira mais eficiente de segurar a caneta é a preensão tripoide dinâmica, em que se segura a caneta entre o polegar e o indicador, repousando sobre o dedo médio e com o 5º dedo apoiado sobre a mesa.

Existem muitos motivos para que a crianças segure a caneta de maneira diferente, uma delas tem a ver com o facto de começarem a usar lápis antes de a mão ter a capacidade para agarrar corretamente, mas também de alterações ao nível do controlo postural e da capacidade de estabilizar as articulações proximais para que as extremidades funcionem corretamente ou da capacidade para usar a mão com funções diferenciadas de movimento e suporte. No entanto, é importante que se modifique a preensão tão cedo quanto possível, uma vez que muitas crianças desenvolvem maus hábitos antes de entrar para a escola e que depois são difíceis de mudar.

As adaptações para a preensão são muito úteis para ensinar às crianças a forma correta de pegar nas canetas e lápis. Existem vários modelos que são usados de acordo com a maneira como a criança está a realizar a preensão. Nas crianças que já estão em idade escolar, devem experimentar e fazer parte da seleção da adaptação e devem perceber em que é que esta as vai ajudar.
Se a dificuldade na preensão for acompanhada por dificuldades na motricidade fina e na grafo motricidade (letra feia ou ilegível) ou Disgrafia, pode ser necessário uma avaliação por um Terapeuta Ocupacional que poderá identificar as causas e delinear um plano de intervenção.

19 de nov. de 2013

ESTEREOTIPIAS



Estereotipias ou comportamentos de auto-estimulação referem-se a movimentos repetitivos do corpo ou de objetos. Este comportamento é comum em muitos indivíduos portadores de distúrbios do desenvolvimento , embora pareça ser mais comum no autismo. Na verdade, se uma pessoa com algum tipo de deficiência apresentar um comportamento de auto-estimulação, freqüentemente será também rotulada de portar características autísticas. As estereotipias podem envolver todos os sentidos. Listamos abaixo os sentidos principais e alguns exemplos de estereotipias.

SentidoEstereotipias
Visãofixar luzes, piscar repetidamente,
mexer os dedos a frente dos olhos,
balançar as mãos
Audiçãobater nas orelhas, estalar os dedos,
emitir sons vocais
Tatoesfregar a pele com as mãos ou com
objetos, arranhar
Vestibularbalançar para frente e para trás,
balançar de lado
Paladarlevar objetos ou partes do corpo à
boca, lamber objetos
Olfatocheirar objetos ou pessoas

Os pesquisadores têm sugerido que existem vários motivos que levam as pessoas a apresentarem tais comportamentos. Um grupo de teorias sugere que eles proporcionam estimulação sensorial (no caso de uma hiposensibilidade). Devido alguma disfunção central ou periférica, o corpo anseia por estimulação e, assim, a pessoa se envolve nesses comportamentos para estimular o sistema nervoso. Uma das teorias postula que as estereotipias liberam beta-endorfinas no corpo (substâncias endógenas tipo ópio) e proporciona algum tipo de prazer interno.
Outro grupo de teorias sugere que através destes comportamentos a pessoa se acalma (no caso de uma hipersensibilidade). Ou seja, o ambiente é excessivamente estimulador e os sentidos tornam-se sobrecarregados. Para bloquear o excesso de sensações, o indivíduo se envolve nos movimentos repetitivos e desvia sua atenção internamente.
Os pesquisadores também demonstraram que as estereotipias interferem com a atenção e o aprendizado. Interessante notar que tais comportamentos atuam como reforçadores quando são permitidos após o término de uma tarefa.
Existem várias maneiras para reduzir ou eliminar as estereotipias, como o exercício ou proporcionando formas mais socialmente apropriadas de estimulação. Algumas medicações também são usadas para reduzir este comportamento, no entanto ainda não está claro se as drogas atuam diretamente (proporcionando a estimulação sensorial necessária) ou indiretamente (diminuindo os movimentos). 

Stephen M. Edelson, Ph.D
Centro para o Estudo do Autismo, Salem, Oregon
Tradução de Mônica Accioly

Fonte: http://www.maoamigaong.trix.net/estereotipias.htm

AUTISMO - DSM5 - NOVA CLASSIFICAÇÃO


Anteriormente na DSM.4 havia cinco transtornos do espectro do autismo, cada um dos quais tinha um diagnóstico único: - Transtorno Autista ou autismo clássico, Transtorno de Asperger , Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação ( PDD-NOS ), Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância...

No DSM5, esses transtornos não existirão como diagnósticos distintos no espectro do autismo. a síndrome de Asperger e os outros passam a ser unificados e incluídos e incorporado em um só diagnostico sobre a nomenclatura de : "Transtornos do Espectro do Autismo." e suas variações analisadas por graus, Severo, Moderado, leve....
Já a Síndrome de Rett vai se tornar uma entidade própria e deixará de ser parte do espectro do autismo.

Referencia: www.dsm5.org
Fonte: Síndrome de Asperger Autismo Brasil

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...