
Mas o que acontece se nós não conseguimos processar as informações sensoriais?
Quando há dificuldade no planejamento motor, observamos que o aprendizado de tarefas novas não acontece de forma automática, pois faltam informações sensoriais para que isso venha a ocorrer. Estas dificuldades podem envolver o campo da ideação, planejamento e/ou da execução de atividades. Assim, tarefas de imitação, a aprendizagem de gestos, o planejamento de uma brincadeira passam a ser problemas para a pessoa.
A dificuldade em planejar e executar tarefas desconhecidas se traduz em comportamentos como:
- escolher sempre os mesmos brinquedos, preferencialmente aqueles que têm um papel claro;
- passar de uma atividade a outra com freqüência, não concluir atividades;
- ao desenhar, fazer sempre as mesmas figuras;
- ser desajeitado, esbarrar em tudo que encontra;
- ter dificuldade de pegar uma bola, antecipar um movimento;
- preferir muitas vezes atividades mais sedentárias;
- apresentar dificuldades na alimentação, vestuário e higiene pessoal;
- apresentar dificuldades na imitação;
- evitar situações novas, frustrar-se facilmente;
- preferir seguir rotinas.
- dificuldade em julgar a força necessária para tocar uma pessoa ou um objeto.
À medida em que o processamento sensorial se torna mais organizado e se consegue uma melhor integração sensorial percebe-se progresso no planejamento motor. Muitas vezes o primeiro sinal desse progresso é uma ligeira melhora na auto-estima e mais vontade de tentar fazer coisas que não se animava a fazer anteriormente. Embora frustrante, é importante entender essa criança. Usar adjetivos para qualificá-la muitas vezes contribui ainda mais para torná-la infeliz e sentir-se incompetente. Sendo uma criança de inteligência normal ela já será seu juiz mais severo e provavelmente se considerará incapaz. É fundamental ajudá-la a entender seu próprio problema e desenvolver estratégias para conviver com ele até que o problema diminua e ela se sinta mais segura. Os esforços em entender integração sensorial por parte da família, escola e outros que convivem com a criança já são meio caminho andado para a solução do problema.
Fonte: Ariela Goldstein / www.toi.med.br