De dois a seis anos
Com dois anos, a criança começa a perceber certas particularidades na criança com deficiência. Entretanto, até os seis anos, ela ficará satisfeita com uma explicação simples, limitada aos aspectos exteriores da deficiÊncia e às suas consequências imediatas. Assim, nas primeiras perguntas de uma criança: "O que ela tem ?, uma resposta simples é suficiente; "Michel não enxerga, ele não pode andar, ele não ouve ou ele aprende mais devagar que você." Mencionar o nome da criança é uma maneira de reconhecer uma identidade própria e de sugerir a outra criança a tratá-la como tal.
Em torno de quatro anos, época em que a criança começa a temer o contágio, será oportuno dizer: "não tenha medo, isto não pega". Esta pode ser também a ocasião de mencionar que seu filho tem os mesmos interesses que as outras crianças: "Michel também gosta de balançar", se vocês estão no parque, "Michel também gosta de bolo", se vocês estão em um restaurante, ou "Michel gosta de passear no seu carrinho, como você anda no seu triciclo". Assim, dizendo que seu filho tem os mesmo interesses que ele, você favorece a aproximação".
Após os seis anos
A criança de seis ou sete aos poderá perguntar porque seu filho é como ele é; ela procurará a causa desta situação. Uma explicação com ajuda de imagens lhe satisfará: "Faltou ar no seu nascimento, ele teve uma espécie de machucado no cérebro, teve um acidente". Ela compreenderá melhor do que se você tentasse dar uma explicação médica, porque ainda não conhece bem o funcionamento do corpo humano. É necessário empregar palavras simples e dar exemplos concretos.
A criança poderá compreender melhor a deficiência se lhe porpomos simulá-la. Se um priminho vem a sua casa, você poderá, dependendo da deficiência de seu filho, sugerir colocar uma faixa sobre os olhos para simular a cegueira, um tampão na orelha para simular a surdez ou amarrar um dos braços no seu corpo com um leço para simular um braço paralisado. A criança terá noção dos limites impostos pela deficiÊncia e compreenderá melhor seu priminho diferente.
Nesta idade, a criança quer conhecer o cotidiano de seu filho apoiando-se sobre sua própria experiência: ela fará diversas perguntas: "Você pode fazer isso ou aquilo?" Como a criança desta idade está apenas começando a ligar conceitos entre eles, poderá fazer perguntas surpreendentes a seu filho: "Você dorme em sua cadeira de rodas ?" "Como você pode encontrar sua comida no seu prato sem vê-la ?".
É, portanto, bastante fácil explicar a deficiência aos pequenos vizinhos, ou a outras crianças que venham a sua casa ou se encontram na rua. Acredite que cada criança que se familiarizar com a deficiência será, sem dúvida, na idade adulta, mais tolerante com a diferença.
Fonte: Além da deficiência física ou intelectual um filho a ser descoberto (Ferland)