29 de set. de 2010

Tal brinquedo, tal idade


Por mais leveza que contenham as palavras "brincar" e "brinquedo", ambas estão relacionadas com o mais importante que nos dá a infância: o desenvolvimento e a formação da personalidade do seu filho. É como a criança esperimenta a vida. Um companheiro inesquecível. E a responsabilidade de quem media esse encontro é enorme.


Pensar que um brinquedo mais difícil, ou seja, indicado para uma idade maior, pode estimular ainda (ou melhor) seu filho, pode ser um problema. O importante é observar a fase em que a criança vivencia, e quais as habilidades ela está desenvolvendo naquele momento, até para aproveitar o brinquedo da melhor maneira possível.


A educadora Nylse Cunha, é bem direta na questão brinquedo e idade: desde que se leve em conta as regras de segurança, o que importa é a criança experimentar. "Uma será mais competente com o brinquedo em um aspecto e vai usar de uma forma mais complexa. Outra, de forma mais simples." Isso pode ser bem exercido, por exemplo, em uma casa com irmãos de idades diferentes: podem usar o mesmo brinquedo de formas diversas, reiventando até as primeiras "funções".


A seguir, algumas sugestões para acertar na escolha:


0 à 1 ano


O bebê precisa de ítens que estimulem seus sentidos e contribuam para seu desenvolvimento motor. A partir de 4 meses pode manipular chocalhos, mordedores, bonecos de pano que pode apertar. Até os 5 meses, a criança de sente atraída pelos móbiles bem coloridos e com sons. Mas, a partir disso, eles se tornam perigosos: a criança pode pegar e puxar em cima dela. Esta fase ainda comporta os tapetes de atividades: a criança ainda não senta, mas mexe com diversos tipos de acessórios do brinquedo. Quando consegue ficar sentado, entre 6 e 8 meses, pega e examina os brinquedos com as mãos e suas formas, lado, cores e sons. Com os cubos coloridos ele primeiro brinca de destruir: o adulto empilha os blocos e ele derruba tudo. Aos 9 meses, aperta botões e adora provocar os barulhos dos brinquedos sonoros.


1 a 3 anos


Nessa fase em que começa a andar, os ítens ao redor dele (inclusive os da casa!) chamam mais atenção do bebê: ele quer mexer em tudo. É também nesse momento que ele passa a se relacionar com outras crianças e, na companhia delas ou não, a fazer o que chamamos de "imitar a vida adulta". Assim, são sucesso brinquedos de telefone, ou os que a criança brinca de dirigir ou de cozinhar, bonecas para ninar, etc. Quanto menor a criança, mais ela precisa de brinquedos que a façam se movimentar, como carrinhos de empurrar. É hora também da massinha de modelar, de pintar com as pontas dos dedos e de experimentar firmar o lápis de cera, desenvolvendo a coordenação motora fina e estimulando a criatividade. Com a curiosidade aguçada, seu filho também vai se interessar muito por itens com portas que se abrem e fecham e botões para apertar. Ainda desenvolve a coordenação, a criança passa a treinar com as peças de encaixar, de pano e espuma para os mais novos, e de plástico ou madeira para os mais velhos.


3 a 6 anos


Nessa fase ainda é importante ter brinquedos que exercitem a motricidade fina da criança, que passa a brincar mais em conjunto com os colegas e, ao mesmo tempo, com mais concentração. Assim, os blocos de montar diminuem de tamanho e entram nos armários das crianças os kits de criatividade e outros ítens com opções de montar e construir. O faz de conta também passa a ocupar grande parte das brincadeiras da criança e os heróis, princesas e até os tipos de profissões entram para ficar. Junto deles, os cenários completam a fantasia: o forte apache, o teatro, navios, castelos, casinhas de boneca. Habilidades como estratégia e memória ficam ainda mais aguçadas, é nesta fase que surgem os primeiros jogos ( o mais simples como dominó e memória). Cheias de energia, a criança é atraída pelo movimento: carrinhos, motos, trens, aviões e, claro, as bicicletas. A partir dos 4 anos, mover um brinquedo por um controle remoto é um desafio.




A partir de 6 anos


Até mesmo por estarem na fase de alfabetização e por entender mais a lógica por trás das decisões estratégicas, os jogos de competição passam a ser mais bem aproveitados pelas crianças. Assim, chega de tudo: os de tabuleiro, sorte, estratégia, cartas ou dados são o forte dessa área. É também nesse período que a imaginação "serve" a outros propositos: se antes imitam a vida do adulto, agora as bonecas e bonecos representam o que a criança quer ser quando se imagina adulta.


Fonte: Revista Crescer, set 2010

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