15 de jun. de 2011

O que é Terapia Ocupacional

De acordo com a Associação Canadense de Terapia Ocupacional “Terapia Ocupacional, como o nome indica, usa a ocupação para promover e manter a saúde, e prevenir ou remediar disfunções resultantes de enfermidades, lesões, envelhecimento, desvantagem social ou deterioração que resultem de incapacidades. Ocupação ser refere a qualquer atividade ou tarefa, necessária para o auto-cuidado (por exemplo, comer, vestir-se), produtividade (por exemplo, escola, trabalho, atividades domésticas) ou atividades de lazer (por exemplo, brincar, atividades de recreação). A ocupação é considerada essencial para saúde.” (Dezembro, 1994).

Assim, “Os serviços oferecidos podem incluir: orientação, educação, promoção de saúde, intervenção direta, adaptação no lar e no trabalho, prescrição de tecnologias assistivas e apoio à família ou cuidador dentro do sistema de saúde e social.” (Associação de Terapeutas Ocupacionais de Cingapura, 1998).

Geralmente, são encaminhados para este profissional, indivíduos que tiveram o seu cotidiano rompido por alguma questão (seja esta, de âmbito social, emocional, físico, ou outros), interferindo na possibilidade de agir de forma autônoma nas atividades de vida diária – AVD´s (alimentação, higiene pessoal, vestuário, etc) ou nas atividades de vida prática – AVP´s (trabalho, lazer, dentre outras), ou seja, de fazer o que querem ou precisam em sua vida, a fim de que desempenhem seus papéis da forma mais satisfatória.

O terapeuta ocupacional busca que o individuo possa adquirir maior autonomia possível no cotidiano, em suas ocupações, bem como, alcançar uma melhor qualidade de vida. Este profissional utiliza de atividades ou ocupações que sejam significativas para a vida do cliente, prezando suas necessidades e escolhas, e considerando os aspectos dentro de um contexto socioeconômico e cultural.

A revista US News & World Report, colocou a terapia ocupacional como uma das 50 melhores profissões em 2010, para maiores informações acesse: http://www.usnews.com/money/careers/articles 2009/12/28.

Por Marília Penna Bernal
Terapeuta Ocupacional
Crefito3-8702/T.O

6 de jun. de 2011

Inclusão escolar – A criança com a Síndrome de Down, pais e a escola



Uma das maiores aflições que envolve os pais de crianças com Síndrome de Down consiste no desenvolvimento do potencial cognitivo da criança, visto que esta síndrome traz como conseqüência uma deficiência intelectual. Em função disto, a entrada dos filhos na escola, tanto na educação infantil, quanto no ensino fundamental, representam momentos marcantes para os seus pais.

Estes dois momentos são distintos e geram ansiedades específicas. A entrada da criança na pré-escola suscita nos pais temores ligados a sua adaptação e proteção, visto que ela sairia do seu ambiente e teria que enfrentar a "vida como ela é" do lado de fora. Em contrapartida, sabemos que a entrada, da criança com Síndrome de Down, na educação infantil regular é muito positiva, principalmente quando a inclusão é bem feita, pois a sua socialização começa a se dar de maneira muito fluida. Por exemplo, ela terá que brigar pelos brinquedos e tentar se expressar, nas mesmas condições das crianças consideradas "normais" e isto ajuda muito no seu desenvolvimento, principalmente no que diz respeito a cognição, a linguagem, as habilidades motoras e a socialização. Acreditamos que colocar uma criança com Síndrome de Down em uma escola regular é dar-lhe a mesma chance que todas as crianças têm de desenvolver o seu potencial cognitivo e sócio-afetivo.

No entanto, quando o aluno com Síndrome de Down, sai do segmento da educação infantil e entra no ensino fundamental, começam a surgir novas questões que sensibilizam pais e educadores. Isto porque com o passar dos anos a deficiência intelectual fica mais evidente e, por mais estimulada que a criança tenha sido, ela irá enfrentar alguns obstáculos na fase do ensino formal, como, por exemplo, na alfabetização. O que acontece é que as funções cognitivas da pessoa com Síndrome de Down podem funcionar de maneira diferente, sua atenção, concentração e memória podem ter um outro timing das crianças consideradas "normais". Neste momento, muitos pais ficam em dúvida entre a escola de ensino regular e a escola especial. Consideramos importante também salientar que o nosso modelo de educação tem um padrão que não contribui muito para a inclusão. Com freqüência, percebemos boas experiências de inclusão em escolas consideradas "alternativas", são as escolas construtivistas, as montessorianas, e outras.

Se de um lado, a criança com a Síndrome de Down tem muito a ganhar em termos sócio-afetivos permanecendo no ensino regular, na maioria das vezes, estas escolas têm poucas alternativas para oferecer a estes alunos na apreensão dos conteúdos em sala de aula. Em contraste, as escolas especiais que, cada vez são mais escassas, colocam a criança em um ambiente muito protegido e algumas vezes segregador, no entanto, foca-se mais no seu aprendizado formal, usando as ferramentas adequadas para a sua aprendizagem. Então, por que lado optar?

Neste momento, a angústia costuma ser grande e costumamos dizer que infelizmente ou felizmente não há uma "receita de bolo" para estes casos. As crianças com Síndrome de Down, assim como outra criança qualquer, são muito diferentes entre si, tanto acerca da sua personalidade, quanto em relação aos diversos e variados interesses e habilidades.

Assim, os pais para escolherem o tipo de escola que vão colocar os filhos terão que pensar nas habilidades e interesses da criança, tendo coerência com as crenças e modelos familiares. Mas, não deveria ser assim com qualquer filho? Tem pais que optam por escolas mais rígidas, outros escolas religiosas, outros por escolas mais liberais e nós sabemos que estas escolhas são fortemente conectadas a visão de mundo dos próprios pais e aquilo que eles projetam para os seus filhos.

Há ainda algumas questões que norteiam esta discussão: a criança com Síndrome de Down deveria acompanhar a sua turma regular mesmo quando não apreende os conteúdos formais da mesma? Existe um benefício do entrosamento dentro de um grupo da mesma idade que pese mais do que o aprendizado em si, ou a criança deveria ficar em uma mesma série até apreender bem estes conteúdos? No segundo caso, o aprendizado formal é privilegiado sobre a experiência de vida do indivíduo em relação aos seus pares, visto que fatalmente ele ficaria em uma turma com crianças mais jovens em algum momento do aprendizado.

Uma dúvida mais recente que chega simultaneamente a novas experiências educativas em um âmbito internacional é se os pais devem contratar um mediador de ensino que permaneça com a criança em sala de aula, favorecendo a sua aprendizagem e orientando seus professores sobre a melhor forma de ensiná-lo (vide projeto Roma e PEI).

A escolha deve ser dos pais. Algumas vezes, aconselhamos uma mescla destes modelos, por exemplo, se a criança ou adolescente vai a uma escola especial ele deveria ter algum espaço de convivência ou uma atividade paralela em algum grupo com atividades regulares como aulas de natação ou de educação musical. De outro lado, as crianças ou adolescentes com Síndrome de Down que freqüentam escolas regulares podem ter um acompanhamento psicopedagógico para ajudar na apreensão dos conteúdos escolares.

Quando os pais não conseguem escolher e sentem um peso muito grande sobre a sua responsabilidade, argumentando de forma legítima que não são especialistas em educação, eles devem buscar um profissional qualificado da área de psicologia ou pedagogia que os ajude a fazer esta opção de forma coerente com o seu modelo de família e levando em conta a singularidade do próprio filho. Pois, uma experiência exitosa para um amiguinho pode ser desastrosa para o seu próprio filho, visto que cada indivíduo com ou sem a Síndrome de Down é único.

Por fim, consideramos importante abordar a questão do preconceito, já que ainda hoje sabemos que com freqüência existe discriminação em relação ao aluno com necessidades educativas especiais, seja por parte direção da própria escola ou por parte dos pais das outras crianças consideradas "normais". Em primeiro lugar é importante citar que por lei as escolas devem receber as crianças com a Síndrome de Down sem nenhuma restrição. Mas será que todas elas estão prontas para receber um aluno "diferente"? Este ponto é muito delicado, mas costumamos orientar os pais a colocarem seus filhos em escolas que sintam que eles estão sendo bem recebidos, pois este ambiente de receptividade é fundamental para todos nós, principalmente naquilo que diz respeito a nossa aprendizagem. Outro ponto que constantemente apresentamos para pais e educadores é a defesa de um ambiente escolar inclusivo, pois só isso levará a uma sociedade inclusiva no futuro. A experiência de conviver com um amiguinho com a Síndrome de Down é riquíssima para qualquer criança ou adolescente. Assim, os "normais" aprendem na prática conceitos como diversidade, solidariedade, ética e respeito, e todos saem ganhando. Aconselhamos que as escolas que favoreçam a inclusão reúnam com freqüência os familiares, expliquem a sua filosofia e favoreçam a inclusão dos próprios pais das crianças com Síndrome de Down, afinal, muitas vezes, eles mesmos sentem-se discriminados pelas outras famílias.


Por Fernanda Travassos Rodrigues

A família com necessidades especiais

A família constitui o primeiro universo de relações sociais da criança e pode proporcionar-lhe um ambiente de crescimento e desenvolvimento, como também, pode impedir um avanço saudável de suas crianças. Em se tratando das crianças com deficiência, as quais requerem atenção e cuidados específicos, o papel da família é fundamental em todo seu processo de desenvolvimento. A influência da família no desenvolvimento de suas crianças se dá, primordialmente, através das relações estabelecidas por meio de uma via fundamental: a comunicação, tanto verbal como não verbal. É a família que apresenta o mundo externo social para a criança e, portanto, o mundo escolar será apresentado à criança via família.

O nascimento de uma criança com deficiência na família pode alterar os relacionamentos entre os membros, exigindo dos genitores e de todos os outros membros familiares uma adaptação a esta nova situação. O impacto sentido pela família é muito grande. Alguns autores afirmam que esse momento é traumático, podendo causar uma desestruturação na estabilidade familiar. O momento inicial é sentido como o mais difícil para toda a família e esta tem que buscar a sua reorganização interna, a qual depende de sua estrutura e funcionamento enquanto grupo e, também, de seus membros, individualmente.

A família passa, então, por um longo processo de superação até chegar à aceitação da sua criança com deficiência: choque, negação, raiva, revolta e rejeição, dentre outros sentimentos e reações. A construção de um ambiente familiar mais preparado para incluir essa criança como um membro integrante da família é conseguido aos poucos. Observa-se que quando há apoio mútuo entre o casal, essa tarefa fica mais compartilhada e os genitores conseguem dar um outro significado para a deficiência de seu filho(a), pautado por suas possibilidades. Assim, o ambiente familiar pode contribuir para o desenvolvimento e crescimento da criança com deficiência.
Atualmente, a sociedade vive um momento em que a diversidade é celebrada em todos os níveis, e a família é um dos primeiros grupos sociais em que impera a diversidade, especialmente, no que tange à diversidade de personalidades que a compõe.


Texto de Nara Liana Pereira-Silva, Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia na área de Desenvolvimento Humano (UnB – Brasília)

Criança é Arte

Fábio

Aspectos Característicos de Crianças com TDC

Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) (APA, 2000) ocorre quando há atraso no desenvolvimento de habilidades motoras ou dificuldades para coordenar os movimentos, que resultam em incapacidade da criança para desempenhar as atividades diárias. O diagnóstico pode ser feito pelo médico, que vai se certificar de que: 1) os problemas de movimento não são devidos a qualquer transtorno físico, neurológico ou comportamental conhecidos; 2) se mais de um transtorno está presente. As características das crianças com TDC geralmente são notadas primeiro por aqueles mais chegados a elas, pois as dificuldades motoras interferem no desempenho acadêmico ou nas atividades de vida diária (ex.: vestir, habilidade para brincar no parquinho, escrita, atividades de educação física).

Aspectos Característicos de Crianças com TDC



1. A criança pode parecer desajeitada ou incoordenada em seus movimentos. Ela pode trombar, derramar ou derrubar coisas.


2. A criança pode ter dificuldade com habilidades motoras grossas (corpo inteiro), habilidades motoras finas (usando as mãos) ou ambas.


3. A criança pode ter atraso no desenvolvimento de certas habilidades motoras, tais como: andar de velocípede ou bicicleta, agarrar bola, manejar faca e garfo, abotoar a roupa e escrever.


4. A criança pode apresentar discrepância entre suas habilidades motoras e habilidades em outras áreas. Por exemplo, as habilidades intelectuais e de linguagem podem ser altas, enquanto as habilidades motoras atrasadas.


5. A criança pode ter dificuldade para aprender habilidades motoras novas. Uma vez aprendidas, certas habilidades motoras podem ser desempenhadas muito bem, enquanto outras podem continuar a ser desempenhadas de maneira pobre.

6. A criança pode ter mais dificuldade com atividades que requerem mudança constante na posição do corpo, ou adaptação a mudanças no ambiente (ex.: futebol, beisebol, tênis ou pular corda).



7. A criança pode achar difíceis as atividades que requerem o uso coordenado dos dois lados do corpo (ex.: recortar com tesoura, cortar alimento usando faca e garfo, fazer polichinelo, segurar um bastão com duas mãos para acertar na bola, ou manejar o bastão de hockey).



8. A criança pode apresentar equilíbrio pobre e/ou evitar atividades que requerem essa habilidade.



9. A criança pode ter dificuldade em escrever. Essa é uma atividade que envolve interpretação contínua da resposta dos movimentos da mão, enquanto novos movimentos são planejados, o que é muito difícil para a maioria das crianças com TDC.



Características Emocionais/Comportamentais


1. A criança pode parecer desinteressada em certas atividades, ou as evita, especialmente aquelas que requerem resposta física. Para a criança com TDC, habilidades motoras são muito difíceis e requerem mais esforço. O fracasso repetido pode fazer com que ela evite participar de tarefas motoras.


2. A criança pode sofrer problemas emocionais secundários, como baixa tolerância à frustração, auto-estima diminuída e falta de motivação, devido aos problemas para lidar com atividades corriqueiras, requeridas em todos os aspectos da vida.


3. A criança pode evitar socialização com os colegas, principalmente no parquinho. Algumas crianças procuram crianças mais jovens para brincar, enquanto outras vão brincar sozinhas. Isso pode ser devido à baixa autoconfiança ou tendência a evitar atividades físicas.


4. A criança pode parecer insatisfeita com seu desempenho (ex.: apaga trabalho que escreveu, queixa-se do desempenho em atividades motoras, mostra-se frustrada com o produto do trabalho).


5. A criança pode se mostrar resistente a mudanças na sua rotina ou no ambiente. Se ela tem que fazer muito esforço para planejar a tarefa, depois, mesmo uma pequena mudança na forma de desempenhá-la pode representar um grande problema.

Outras Características Comuns


1. A criança pode ter dificuldade em balancear a necessidade de velocidade com a de exatidão. Por exemplo, a letra pode ser muito boa, mas a escrita é extremamente lenta.

2. A criança pode ter dificuldades acadêmicas em certas disciplinas como matemática, ditado ou redação, que requerem escrita correta e organizada na página.

3. A criança pode ter dificuldade com atividades de vida diária (ex.: vestir-se, usar faca e garfo, dobrar as roupas, amarrar sapatos, abotoar e manejar fechos de correr/zipper, etc.).


4. A criança pode ter dificuldade para completar o trabalho dentro de um espaço de tempo normal. Uma vez que as tarefas requerem muito mais esforço, ela pode ficar mais inclinada à distração e tornar-se frustrada com uma tarefa rotineira.


5. A criança pode ter dificuldades, em geral, na organização de sua carteira/mesa, armário, dever de casa ou mesmo do espaço na página.


Se a criança mostrar qualquer uma das características acima e se esses problemas estão interferindo em sua habilidade de participar com sucesso em casa, na escola ou no parquinho, é importante que ela faça uma consulta ao médico da família ou ao pediatra. O médico pode, então, encaminhá-la para um outro profissional de saúde, no centro de tratamento mais próximo. Visto que a criança, geralmente, tem dificuldade com atividades de autocuidado e tarefas escolares, esse profissional de saúde muitas vezes será um terapeuta ocupacional.


Não é incomum que os pais ou professores sejam informados de que a criança vai superar esse distúrbio (Fox & Lent, 1996; Polatajko, 1999). Entretanto, estudos têm mostrado, de maneira bem conclusiva, que a maioria das crianças não supera esses problemas. Embora estas crianças possam aprender a fazer bem certas tarefas, vão continuar a ter dificuldade com tarefas novas, apropriadas para a idade. Além disso, elas estão mais propensas a apresentar problemas acadêmicos, pouca competência social, baixa auto-estima e têm menos chances de manter boa forma física ou participar voluntariamente de atividades motoras (veja Missiuna, 1999 para uma revisão desses estudos).


Fonte: Cheryl Missiuna, 2003; CanChild, Centre for Childhood Disability Research

Peças de um Quebra-Cabeça: conversando com os pais

LANÇAMENTO em 2012

Caros Pais e Profissionais,

Conversando com uma mãe (de uma criança que atendo), esta relatou que para ela era muito importante estar presente e participar do atendimento de seu filho. Pois muitas dúvidas de seu dia a dia, eram solucionadas com uma simples observação de como lidar e brincar com sua criança....

Então ... pensei: Porque não escrever um livro baseado nas dúvidas do dia a dia das famílias de crianças com necessidades especiais ? Um livro de perguntas e respostas ... sendo estas baseadas no dia a dia de sua criança (na escola, no brincar e nas atividades da vida diária).

Convido a TODOS que me encaminhem dúvidas/questões do dia a dia de suas crianças ... pretendo finalizar este trabalho no ano de 2012. As perguntas deverão ser enviadas para: arielagoldstein@gmail.com ou posstadas aqui mesmo (em comentários).

"Peças de um quebra-cabeça - conversando com os pais" é o título inicial. Espero receber várias "peças", para juntos montarmos este "Quebra-cabeça".

Deixo aqui meu convite.

Repassem esta idéia !!!

bjs,
Ariela Goldstein
Terapeuta Ocupacional

Comentários e Sugestões

Acredito, que o trabalho em conjunto nos faz crescer !!! Deixe aqui comentários e/ou sugestões para as próximas postagens no blog. bjs

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...