10 de out. de 2014

Integração Sensorial e Sindrome de Down



A Síndrome de Down é um distúrbio genético causado pela presença do cromossomo 21 extra (total ou parcial) e foi descrita em 1862 por John Langdon Down. Crianças com este diagnóstico apresentam aparência física característica da Síndrome, alterações clínicas como cardiopatias, problemas respiratórios, visuais, auditivos, atrasos no desenvolvimento neuromotor, sensorial e das habilidades cognitivas.

O uso da abordagem de Integração Sensorial pode beneficiar os processos de desenvolvimento de crianças com Down e contribuir de forma positiva com o tratamento médico e multidisciplinar, pois elas enfrentam, em sua maioria, problemas no processamento de estímulos sensoriais: vestibular, proprioceptivo, tátil, visual e auditivo.

A alteração do processamento nestes sistemas pode interferir de forma significativa na atenção, aprendizagem escolar e no desenvolvimento de habilidades motoras. A presença de hipotonia, hipermobilidade articular e comportamentos como a distração excessiva aos estímulos do ambiente e impulsividade são característicos dessas crianças. Indicam dificuldade no registro e modulação sensorial do processamento de informações vestibular, proprioceptiva, tátil e diante disso, justifica a necessidade da intervenção em Integração Sensorial.

 Observa-se em crianças com este diagnóstico, comportamentos que assinalam o mau processamento vestibular e proprioceptivo, como por exemplo,  hipotonia, dificuldade na extensão do corpo e da cabeça contra a gravidade, controle postural, atrasos nas respostas posturais automáticas, tendência a buscar certos movimentos. Há dificuldade em sentir a posição do corpo no espaço e movimentar-se; atraso no desenvolvimento do feedback proprioceptivo e em geral, estas crianças apresentam movimentos mais bruscos, segmentados e com comportamento desajeitado. Muitas vezes apresentam dificuldade em perceber saciedade ou dor.

Para o sistema tátil, há evidência de problemas como a hiporrensponsividade, alteração na discriminação dos inputs táteis e da integração deles com os demais sistemas sensoriais. Dificuldade no desenvolvimento da percepção tátil o que implica numa baixa exploração dos objetos nos primeiras anos de vida, déficit na estereognosia e reconhecimento de formas. A importante lacuna nas experiências perceptuais contribuem nas dificuldades de aprendizagem e no atraso da aquisição de habilidades motoras, como por exemplo, padrões pobres de preensão e das habilidades funcionais das mãos.

Crianças com Síndrome de Down apresentam evidências no atraso do desenvolvimento da coordenação motora grossa e fina e a teoria da Integração Sensorial pode ajudar a explicar certos comportamentos e atrasos. As dificuldades que estas crianças enfrentam ao mover o corpo no espaço e processar informações sensoriais contribuem de forma negativa no desenvolvimento da ideação, planejamento e execução motora, implicando assim, numa baixa capacidade em organizar respostas motoras eficientes.

A terapia de Integração Sensorial pode beneficiar crianças com Síndrome de Down através de uma abordagem que prioriza o uso dos sistemas sensoriais de forma integrada com experiências vestibulares, proprioceptivas e tátil ao propor atividades funcionais que trabalham registro e discriminação tátil, movimentos que coordenam o corpo contra a gravidade, favorece integração bilateral, movimentos recíprocos, ideação e planejamento motor.

Além de trabalhar com habilidades motoras, as atividades na integração sensorial visam a auto regulação e modulação do nível de alerta ótimo. Esta abordagem utiliza um ambiente desafiador e seguro, com intuito de promover grande variedade de atividades que aumentam o repertório de interação e o processamento das informações sensoriais entre o corpo e o ambiente.

Fonte :http://www.integracaosensorialbrasil.blogspot.com.br/search/label/S%C3%ADndome%20de%20Down

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