26 de jun. de 2009

Como amar uma criança verdadeiramente

Esteja lá. Diga sim sempre que possível. Deixe que eles batam tampas e panelas. Se eles são mau humorados, coloque-os na água. Se não são amáveis, ame você mesma. Perceba a importância de ser uma criança. Vá ao cinema de pijamas. Leia livro em voz alta e com prazer. Inventem prazeres juntos. Lembre-se como eles são pequenos. Dê muitas gargalhadas. Surpreenda-os. Diga não quando necessário. Ensine sentimentos. Cultive a criança que existe dentro de você. Aprenda como se tornar melhores pais. Abracem árvores juntos. Torne o amor seguro. Faça um bolo e coma-o sem as mãos. Saia a procura de elefantes e beije-os. Planeje a construção de um foguete. Imagine que você é mágico. Faça muitas cabanas com cobertores. Deixe seu anjo voar. Revele seus próprios sonhos. Procure pelo positivo. Mantenha o brilho no olhar. Mande cartas para Deus. Encoraje besteiras. Plante doces no seu jardim. Se abra. Pare de gritar. Expresse seu amor. Muito. Fale com gentileza. Pinte os seus sapatos. Manuseie com carinho. Crianças são extraordinárias.

Fonte: Apostila do Curso Baú de Ferramentas, com Diana Henry

24 de jun. de 2009

Como ensinar uma criança com TDA/H ?

Educar é uma tarefa que exige muita paciência, dedicação, afeto e treinamento. A educação de um portador de TDA/H pode exigir uma tolerância redobrada e muita atenção, uma vez que é um processo onde é necessário, além de passar o conhecimento, estabelecer incansavelmente regras e limites.

É importante que o educador conheça o universo do TDA/H e suas implicações reconheça os seus próprios limites para lidar com o problema e não tenha constrangimento em pedir ajuda quando necessária.

Um trabalho eficaz de educação para os portadores deve ser multidisciplinar, ou seja, é preciso que todos (pai, mãe, tios, irmãos, avós, empregada, etc) sejam conhecedores da situação e estejam unidos nesta tarefa. Na escola, toda a equipe de profissionais deve estar adequadamente treinada para dar o suporte necessário, estabelecendo um contato estreito e regular com a família e o médico da criança.

Existem algumas dicas de grande valia para serem utilizadas com os portadores na hora da aprendizagem:

• A preparação do ambiente é muito importante para receber bem um portador de TDA/H. Deve-se evitar um lugar barulhento, com ruídos freqüentes ou intermitentes e passagem ou entra e sai de várias pessoas. O lugar deve ser arejado e o mais estimulante possível de acordo com o objetivo do momento. Para introduzir um comentário novo, deve-se utilizar materiais didáticos variados em termos de cores, formas e tamanhos para que a criança possa manuseá-los.
• Para a realização do “para casa”, o ambiente deve ter o mínimo de estímulos que possam desviar sua atenção. Evite objetos cortantes ou que possam se quebrar facilmente. Quebrar ou estragar objetos é muito comum entre os portadores, e eles tendem a se sentir culpados ao fazê-lo, experimentando angústia e estresse após a ocorrência do fato.
• Para estabelecer um bom vínculo, olhe nos olhos e ouça o que o portador tem a dizer; isto inclui seus objetivos, suas expectativas e medos.
• Considerando que o planejamento é uma tarefa muito complicada para o portador, auxilie-o pré-estabelecendo regras, objetivos, tempos e limites. Estes últimos devem ser colocados de maneira firme, porém sem o intuito de punir.
• Repita várias vezes as regras de forma clara e objetiva, sem um tom de cobrança. Peça-o para repetir o que entendeu sobre o que acabou de ouvir.
• Evite pressioná-lo com relação ao tempo com frases do tipo: “Ande rápido, seu tempo está se esgotando” ou “Acelere e pare de fazer hora”.
• Monitorize o tempo de forma que sempre fiquem alguns minutos a mais para qualquer imprevisto. Sinalize sempre quando estiver faltando alguns minutos para acabar a tarefa proposta.
• Dê intervalos de 5 minutos a cada 40 minutos de trabalho para que o portador possa movimentar-se, beber água, ir ao banheiro, etc.
• Avise sobre possíveis mudanças com antecedência, para que ele se prepare e ajude-o a monitorar os imprevistos, pois estes são vividos com muito sofrimento pelo portador.
• Acompanhe a execução das tarefas, que devem ser realizadas por etapas e em passos pequenos. O conteúdo deve ser introduzido em pequenas quantidades, para ser lido e trabalhado.
• O uso de marcadores de texto, gráficos, mapas, figuras, jogos, músicas, listas de lembretes e softwares interativos têm um papel importante no processo de aprendizagem do portador de TDA/H.
• Frequentemente, elogie os avanços no processo de aprendizagem, encorajando-o a continuar e reforçando positivamente com pequenos “brindes” ou “surpresinhas “.
• Estimule a participação do portador em tarefas variadas, pedindo que faça pequenos favores como dar um recado ou buscar um objeto em outro lugar. Depois, estimule perguntas que facilitam a auto-observação do tipo: “o que acabei de fazer ?” ou “o que fiz hoje de legal ?” ou ainda peça para descrever uma cena, recontar histórias, relatar o que fez em um final de semana.
• Sempre que possível, use o lúdico e a novidade. “Contar segredos no pé do ouvido” sempre aguça a curiosidade e garante a atenção do portador.
• Para que haja uma boa memorização, use dicas, macetes, lembretes, despertador e músicas cujas letras referem-se ao tema da aprendizagem.
• Quando perceber o portador se dispensando, aproxime-se dele, toque-o nos ombros, olhe-o nos olhos, altere seu tom de voz variando entre o grave e o agudo, mude sua expressão facial e gestos.
• Evite corrigir a falta de atenção do portador em voz alta diante de outras pessoas, pois ele poderá se sentir humilhado e reagir de forma mais distante ou mesmo agressiva.
• Na sala de aula, o portador deve senta-se próximo à professora, para que esta possa destinar-se a atenção necessária sem causar-lhe constrangimento ou despertar ciúmes no restante da turma.
• Evite colocar o portador perto de janelas ou portas, pois ele pode ser facilmente distraído por estímulos externos.
• Incentivos e reforços positivos do tipo: uma piscadinha, um tapinha nas costas ou um sinal de “jóia” com a mão, são sempre bem vindos e aumentam a motivação para continuar as atividades.
• Incentive-o a praticar esportes individuais ou coletivos para que entre em contato com novas regras, gaste bastante energia e possa se integrar com outras pessoas.

É IMPORTANTE LEMBRAR que os portadores de TDA/H são normalmente pessoas muito criativas e inteligentes. Quando cuidados por pessoas capacitadas, certamente se tornarão indivíduos mais realizados e felizes.

(FONTE: Distraído e a 1000 por hora, de Simone Sena e Orestes Neto)

15 de jun. de 2009

Distúrbios Vestibulares e Proprioceptivos

As crianças com disfunções vestibulares e proprioceptivas geralmente sofrem de reações excessivas (hiper) ou insuficiente (hipo) ao movimento. Algumas crianças que são hipersensíveis ao movimento sofrem de vertigens terríveis; outrs, de enjôo e/ou desorientação quando se movem. Podem ter esta sensação quando os pés saem do chão ou quando a posição da cabeça muda em relação ao corpo. Outras ainda ficam muito assustadas ou enjoadas em brinquedos de parques, bem como em carros, elevadores ou até aviões. As crianças hipossenssíveis ao movimento o adoram e até suplicam por ele. O sistema nervoso central delas não consegue “engatar”, a menos que receba o que para a maioria das pessoas seria uma sobrecarga de estimulação. Podemos pensar nessas crianças como “pestinhas”. Elas preferem correr a andar, porque suas reações de equilíbrio tendem a ser menos desenvolvidas. Giram e giram o corpo dando a impressão que nunca ficam tontas. Sendo assim, é difícil distinguir uma criança normal e ativa de outra que demonstra sinais desse distúrbio em particular. Afinal, crianças saudáveis estão constantemente em movimento (por isso é bem possível que seu filho de quatro anos não fique sentado durante uma cerimônia religiosa inteira).

Geralmente, as crianças com hipotonia muscular também são hipersensíveis ao movimento. Embora algumas delas se mexam constantemente para permanecerem estimuladas (e então se inclinam quando estão sentadas), muitas crianças com esse distúrbio preferem atividades sedentárias, como, por exemplo, ficar sentadas, porque se sentem fracassadas em suas tentativas de realizar tarefas orientadas à ação. As atividades sedentárias exigem menor esforço e são menos pesadas emocionalmente. Imagine como deve ser frustrante precisar se mexer para se sentir estimulado e ativo e, além disso, sentir que os movimentos são cansativos.
As crianças com distúrbios vestibulares e proprioceptivos podem sofrer também de dificuldades de planejamento motor e de integração bilateral, bem como insegurança gravitacional e/ou postural. Da mesma forma que as crianças com problemas de hiper e hipossensibilidade, elas parecem esquisitas quando se movem. Os movimentos tendem a ser espasmódicos, exagerados e instáveis. Geralmente parecem procurar sinais visuais que as ajudem a caminhar pelos obstáculos invisíveis. A vida diária pode apresentar barreiras enormes para elas, e, por isso, podem ficar com medo e retraídas. É preciso tempo e paciência para compreendermos as questões que as indispõem, já que essas mesmas atividades são naturais para nós.

A importância do planejamento motor é fácil de ser compreendida quando observamos uma criança que não tem esse planejamento. Jenny é uma menina de três anos que, quando tenta subir em uma cadeira, cai no chão ou acaba com a metade do corpo na cadeira e metade fora dela. Ela não consegue assimilar como se sentar adequadamente mesmo que os pais o demonstrem repetidas vezes. Ela não consegue engatinhar por baixo da mesa sem bater a cabeça. Jogos e música com coreografia são difíceis para ela porque não consegue acompanhar a sequência dos movimentos. Como resultado dessas dificuldades, ela fica com medo das atividades e se retrai. Uma avaliação precisaria ser feita para determinar quais sistemas sensoriais são deficientes. É provável que ela receba um programa de atividades para aumentar a consciência proprioceptiva e tátil, a ativação vestibular e o controle postural.

Geralmente, as crianças com dificuldades de integração bilateral têm coordenação motora deficiente. Os prazeres da infância, como jogar bola, são difíceis de realizar. Atividades no playground – saltar, pular amarelinha, pular corda – podem estar fora do seu alcance. Andar de bicicleta pode ser uma tortura. Mesmo as tarefas motoras finas, de menor escala (por exemplo: juntar um quebra-cabeça de madeira), podem representar uma agonia se a criança tiver problemas em cruzar as mãos na frente do corpo ou convergir as vistas. A criança que sofre de distúrbio de integração bilateral apresenta um sintoma curioso: ela não desenvolve um lado dominante – especificamente, uma preferência entre as mãos (em geral, essa preferência é estabelecida aos 2 anos e a dominância aos 4 ou 5 anos). Os primeiros sinais de alerta podem incluir dificuldade em rolar (quando são bebês) e para pular com os dois pés juntos (quando crianças pequenas).

As crianças com insegurança gravitacional sentem-se irracionalmente ameaçadas e completamente desorientadas em qualquer posição, exceto quando estão em pé, com os dois pés plantados no chão. Ficam assustadas e tremem excessivamente se tombam para trás. Podem ficar ansiosas ao se inclinarem para trás em uma banheira ou entrar em pânico se ficarem de cabeça para baixo. Cambalhotas estão fora de questão. Mesmo descer escadas pode ser assustador (algumas crianças se recusam a descer enquanto outras precisam se segurar no corrimão). Brincar no balanço ou na gangorra pode ser impossível sem a presença de um adulto bem perto (ou até segurando a criança), porque o medo de cair é enorme.

Todos os pais querem que seus filhos experimentem tudo que vivenciamos e mais um pouco. Entretanto, essa experiência não deve afetar o emocional e o físico das crianças. Nenhuma criança precisa se sentir derrotada ou assustada como parte do processo de se sentir segura e feliz.

Sinais de Alerta de Distúrbios Vestibulares e Proprioceptivos

As “listas” de sinais de alerta de distúrbios vestibulares e proprioceptivos a seguir estão vagamente ordenadas na sequência em que os sinais podem aparecer na linha do desenvolvimento. Jamais de esqueça de que não há critérios rigorosos para esses distúrbios – não há um “DSM”. Além disso, pode haver uma sobreposição considerável e sintomas, já que os sentidos proprioceptivo e vestibular dividem funções similares. Sendo assim, esses sinais são apenas orientações, não um substituto para um verdadeiro diagnóstico. Peço aos pais que, quando suspeitarem que seus filhos tenham um distúrbio de integração sensorial, procurem a opinião de um profissional qualificado.

Sinais de Alerta de Distúrbios Vestibulares

• Evita tentar novas posições (principalmente as que envolvem a cabeça) – ex: rolar, dar cambalhota, virar de cabeça para baixo.
• Cansa-se facilmente (o que pode parecer que ela seja preguiçosa).
• Evita brincar com as duas mãos.
• Tem poucas respostas protetoras.
• É lenta ou preguiçosa em resposta às exigências de movimento.
• Evita ou teme movimentos (como balanços ou escorregadores).
• É muito desajeitada quando a base de apoio é variada (ex: um caminho irregular).
• Perde o equilíbrio com facilidade.
• Trava as articulações para estabilizar os movimentos.
• Cai com freqüência.
• Cai no chão ou esbarra nos móveis.
• Segura na parede ou nos móveis para ter maior equilíbrio.
• Não gosta de ficar de ponta-cabeça.
• Esbarra em objetos.
• Vira o corpo todo (e não só a cabeça) para olhar as pessoas.
• Fica desorientada depois de se inclinar para frente.
• Mantém a cabeça ereta, mesmo quando inclinada para trás.
• Busca estímulos sensoriais (gira e pula bastante, nunca fica tonta, ainda que, diversas vezes, vá no mesmo brinquedo do parque de diversões).

Sinais de Alerta de Distúrbios Proprioceptivos

• Não engatinha em quatro apoios.
• Tem uma pegada fraca.
• Tem dificuldade em manipular objetos pequenos.
• Tem a musculatura tensa.
• Pode andar na ponta dos pés.
• Trava as articulações para estabilizar movimentos.
• Tem movimentos rígidos, espasmódicos ou descontrolados (vai além do posicionamento e do alcance).
• É desajeitada.
• Cai muito.
• Não tem consciência da posição do corpo no espaço.
• Tem pouca resistência.
• Como com maus modos.
• Não consegue levantar objetos pesados.
• É resistente a novas atividades ou jogos de movimento.

(FONTE: Coordenação Motora/Liddle&Yorke)

1 de jun. de 2009

NÃO EXISTE CRIANÇA PREGUIÇOSA - COMO A HIPOTONIA MUSCULAR AFETA O DESENVOLVIMENTO



Na clínica, comumente os pais dizem:

“Meu filho não rola.”
“Meu filho de dois anos e meio não sabe pular.”
“Meu filho de três anos não gosta de brincar no playground.”
“Meus filhos são gêmeos. A menina está engatinhando, ficando em pé e começando a andar, mas o menino ainda está rastejando de bruços. Ele adora ficar em pé, mas não se move sozinho.”


Todas essas coisas podem estar relacionadas à hipotonia muscular.
Os pais cujos filhos exibem qualquer um desses comportamentos (ou parecidos) costumam dizer que eles são preguiçosos. As crianças podem parecer preguiçosas porque não se mexem muito ou não querem ficar em certas posições. Isso não é teimosia ou apatia – certas posições ou padrões de movimento podem ser demais para elas, especialmente se tiverem hipotonia muscular.
O tônus muscular é a quantidade de resistência ao movimento passivo. Sem ele, não conseguiríamos nos mover de um jeito normal ou até de jeito nenhum. Pergunte a qualquer pai cujo o filho tenha um tônus muscular muito alto ou baixo, e ele dirá o quanto os movimentos, a postura, o equilíbrio e o controle dependem do tônus muscular – e o quanto damos essas capacidades como certas.
Tônus muscular é diferente de força. O tônus é o estado do músculo em repouso e é controlado pelo cérebro, que automaticamente o regula quando recebe informações dos músculos e do ambiente. A força depende do número de fibras musculares solicitadas ao trabalho e é controlada voluntariamente. Aumentar a força muscular não altera o tônus muscular, mas pode alterar os efeitos da hipotonia muscular. Por exemplo, uma criança com hipotonia muscular pode aumentar a estabilidade das articulações fortalecendo os músculos ao redor delas. O tônus muscular muito baixo é conhecido como hipotonia.

Sinais de Alerta da Hipotonia Muscular

Um bebê ou uma criança com tônus baixo pode apresentar algumas das características a seguir:
• Aumento do movimento das articulações.
• Conquista de etapas motoras do desenvolvimento muito depois das outras crianças.
• Ausência de certas habilidades motoras, como rolar ou engatinhar.
• Escápulas aladas prolongadas (depois dos quinze ou dezoito meses).
• Menor ativação extensora do quadril (pode engatinhar com os joelhos embaixo do quadril em vez de estender totalmente a perna).
• Músculos abdominais fracos.
• Preferência por se arrastar de bumbum em vez de engatinhar sobre quatro apoios.
•Dificuldade de equilíbrio.
• Sentar-se em W.
•Dificuldade em subir escadas sem o uso do corrimão.
• Pegada fraca.
• Pouca habilidade para colorir ou escrever.
• Dificuldade em usas canudinho.
• Uso de uma base maior de apoio (as pernas permanecem afastadas para dar equilíbrio e apoio).
• Pouca estabilidade postural.
• Baixa resistência (algumas crianças têm dificuldade em andar um quarteirão, aos quatro anos).
• Inabilidade ao andar (cai ou tropeça com freqüência).
• Dificuldade em manter os lábios fechados.

Ao diagnosticar a hipotonia muscular, seria útil se o pediatra rapidamente avaliasse as habilidades da criança, e se forem inexitentes ou severamente atrasadas, será recomendável a avaliação de um terapeuta ocupacional.

E LEMBRE-SE SEMPRE ...

• O bom controle da postura afeta todas as nossas atividades – por toda a nossa vida.
• Uma criança segura é uma criança feliz.



(FONTE: Coordenação Motora - Tara Liddle com Laura Yorke)

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...