26 de out. de 2010

Terapia de Integração Sensorial em Crianças com Autismo

A maioria de nós inconscientemente aprende a combinar os nossos sentidos (visão, som, cheiro, toque, gosto, equilíbrio, e o corpo no espaço), a fim de dar sentido ào nosso meio. Crianças com autismo têm dificuldade em aprender a fazer isso.



Terapia de integração sensorial é uma especialização da terapia ocupacional (TO) que coloca a criança em uma sala especificamente destinada a estimular e desafiar todos os sentidos. Durante a sessão, o terapeuta trabalha em estreita colaboração com a criança para incentivar “movimento” dentro da sala.


A Terapia de integração sensorial é orientado por quatro princípios fundamentais:


1. a criança deve ser capaz de cumprir com êxito os desafios que são apresentados através de atividades lúdicas (Desafio na medida certa);


2. a criança deve adaptar seu comportamento com as estratégias novas e úteis, em resposta aos desafios apresentados (Resposta adaptativa);


3. a criança vai querer participar, porque as atividades são divertidas; e


4. as preferências da criança são usadas para iniciar experiências terapêuticas dentro da sessão (terapia direcionada pelo criança).


A Terapia de integração sensorial baseia-se no pressuposto de que a criança seja hiper estimulada ou hipo estimulada pela ambiente. Portanto, o objetivo de terapia de integração sensorial é melhorar a capacidade do cérebro para processar a informação sensorial de modo que a criança vai funcionar melhor nas suas atividades diárias.


Durante a terapia de integração sensorial, a criança interage (um a um) com o terapeuta ocupacional e executa uma atividade que combina entrada sensorial com movimento. Exemplos de tais atividades incluem:


· balançando em uma rede (movimento através do espaço);

· dançando uma música (som);

· tocando em caixas cheias de feijão (toque);

· rastejando túneis (toque e movimento através do espaço);

· bater bolas balançando (coordenação olho-mão);

· girando em uma cadeira (equilíbrio e visão); e

· equilibrando-se sobre uma viga (equilíbrio).


A criança é guiada através de todas estas atividades de uma forma que é estimulante e desafiador. O foco da terapia de integração sensorial é ajudar as crianças com autismo combinar os movimentos adequados a partir dos diferentes sentidos.



Qual é a teoria por trás disso?



Em nossa vida diária, as pessoas experimentam eventos que, simultaneamente, estimulam mais de um sentido. Usamos nossos sentidos múltiplos para tomar esta informação variada, e combiná-los para nos dar uma clara compreensão do mundo que nos rodeia. Nós aprendemos durante a infância como fazer isso. Assim, através das experiências da infância ganhamos a habilidade de usar todos os nossos sentidos juntos para planejar uma resposta a qualquer coisa que se nota na nosso ambiente. Crianças com autismo são menos capazes deste tipo de síntese e, portanto, podem ter dificuldade de responder adequadamente a diferentes estímulos.

Crianças com autismo também podem ter um tempo de escuta difícil quando eles estão preocupados com a procura de alguma coisa. Este é um exemplo das dificuldades em receber informações através de mais de um sentido simultaneamente. Médicos que tratam de crianças com autismo, acreditamque estas dificuldades são o resultado de diferenças entre os cérebros de crianças com autismo e outras crianças.


Os conceitos subjacentes da terapia de integração sensorial são baseados em pesquisas nas áreas de neurociência, psicologia, terapia ocupacional e educação. As pesquisas sugerem que as informações sensoriais recebida do ambiente são fundamentais; as interações entre a criança e o ambiente forma o cérebro, e influencia a aprendizagem. Além disso, as pesquisas sugerem que o cérebro pode mudar em resposta à entrada do ambiente, e as ricas experiências sensoriais podem estimular mudanças no cérebro.



24 de out. de 2010

Dispraxia

É a dificuldade para planejar e executar um ato motor novo ou séries de ações motoras. Ela pode ter várias causas, inclusive lesão cerebral, mas o tipo de dispraxia identiicado por Ayres se deve a falhas no processamento sensorial relacionado ao planejamento motor. Para identificar esse tipo específico de dispraxia Ayres usou dois termos, inicialmente dispraxia do desenvolvimento e, posteriormente, procurando enfatizar a base na discriminação tátil, somatodispraxia, que é pouco utilizado. É importante enfatizar que dispraxia não é apenas um transtorno de coordenação ou execução motora, o traço característico é a dificuldade em conceituar ou formular um plano de ação. Crianças com dispraxia são descritas como desajeitadas, pois fazem tarefas comuns de maneira pouco usual, com muito esforço, lenti dão ou movimentos pouco econômicos. Muitas vezes, ela parece não ter idéias ou não sabe o que azer com um brinquedo novo e suas brincadeiras tendem a ser pobres e repetitivas e, requentemente, quebram os brinquedos, na tentativa de descobrir como funcionam.

A criança geralmente:



  • É desajeitada, estabanada e propensa a acidentes.


  • Tropeça ou tromba nas pessoas ou obstáculos


  • Têm baixo desempenho em esportes e atividades com bola.


  • É mais lenta para aprender atividades motoras novas (ex. andar de bicicleta, pular corda).


  • Tem dificuldade com atividades que exigem sequências (ex. vestir roupa, morde salgado sem tirar a forminha).


  • É desorganizada, deixa espalhado e/ou perde o material escolar e a carteira ou mochila são bagunçadas.


  • Tem dificuldade para manusear objetos pequenos que escorregam das mãos (ex. lápis, botões, fechos).


  • Tem traçado pobre e é mais lenta na escrita; a letra é feia, sem forma e/ou desorganizada no papel.


Comportamento social:




  • Geralmente é falante e imaginativa, gosta de fantasias, mas prefere falar a fazer.


  • Prefere atividades sedentárias (ex. video game, TV, leitura) e evita esportes ou brincadeiras de movimento.


  • Tende a ser expectador (ex. no parquinho ou recreio, observa mais do que brinca).
    Baixo limiar de frustração em atividade motoras; desiste rápido ou muda de atividade.


  • Aparência desleixada, cabelo despenteado, roupas torcidas no corpo ou vestidas ao contrário, meias torcidas ou emboladas.


Fonte: Intervenções da Terapia Ocupacional, UMG

Transtorno Postural

Caracterizado por dificuldade evidente para manter o alinhamento postural. São aquelas crianças que debruçam sobre a carteira ou escorregam na cadeira; geralmente o equilíbrio é pobre e o tônus postural baixo, o que dá um aspecto desengonçado à criança. Esses sinais são sugestivos de pobre discriminação de estímulos vestibulares e proprioceptivos, que são relacionados ao controle da postura e do equilíbrio. Uma característica importante desse transtorno é a dificuldade de coordenação bilateral, especialmente em atividades que exigem antecipação motora, como é o caso de bola e também da escrita.

A criança geralmente:




  • Têm tônus baixo, parece mais raca que outras crianças.


  • Tem postura pobre, ombros caídos, procura se apoiar (ex: anda de braço dado com colegas, apóia a cabeça na mão quando sentada na carteira, debruça sobre a carteira para escrever).


  • Tem baixa resistência, cansa facilmente.


  • Tem equilíbrio pobre, cai facilmente e tem dificuldades com brinquedos que exigem equilíbrio (ex. bicicleta, patins, patinete).


  • Apresenta reações e ajustes posturais lentos (ex. não ajusta o corpo para não perder o equilíbrio, não move para o lado para agarrar a bola).


  • Tem dificuldade para usar as duas mãos simultaneamente (ex. apoiar o papel com a esquerda para escrever com a direita, recortar, agarrar a bola).


Comportamento social:





  • Parece preguiçosa, desmotivada.


  • Parece desengonçada e fraca.


  • Cansa facilmente ou parece cansada a maior parte do tempo.


  • Gosta de ficar deitada ou encostada (ex. jogar video game ou assistir TV deitada, escorrega na cadeira até quase cair).


  • Faz tareas rapidamente para terminar logo, sem verificar o resultado (ex. desenho incompleto, dever de casa pela metade)


Fonte: Intervenções da Terapia Ocupacional, UMG

Porque ler histórias para crianças ?

Em primeiro lugar porque isto lhe dá prazer. Elas também aprendem, com as histórias, outras culturas, conhecem seus valores, modo se ser e viver.

E, quando uma criança pede repetidamente que conte uma história, provavelmente, encontre nos fatos narrados, acontecimentos que se relacionam com sua vida, seus medos, seus desejos.

Na escuta da história e "causos", as crianças também aprendem a separarem o que az parte da realidade e o que é ordem do imaginário. E, nesse sentido, desenvolvem a imaginação, inventam e sabem que no mundo do "faz de conta" tudo é possível. Com isso vão entendendo, ainda que da forma sutil, a passagem do tempo, a idéia de passado, de memória.

Muitos estudos mostram que o adulto tem papel fundamental para que a criança coloque a leitura e escrita como foco de atenção. É a companhia de um adulto que a atrai para folhear um livrinho, imaginar cenas de uma história, perguntar o que está escrito ou prestar atenção à narrativa lida.

Por isso, é importante que as criança possam vivenciar a escuta de historinhas interagindo com um adulto. Nesses momentos, o adulto lê alguns trechos, conta outros, dramatiza a voz de alguns personagens, chama a atenção para a ilustração. Nessa situação faz vários jogos verbais: Cadê o porquinho ? Quem é este daqui ? O que a menina esta fazendo ? Como a mãe az quando está brava ?

Essa prática possibilita que a criança passe de papel de ouvinte participante para o de leitor. Aos poucos será capaz de ocupar esse lugar, apoiando-se na ilustração, na memória e na colaboração de alguém mais experiente.

DICAS PARA CONTAR HISTÓRIAS


  1. Encontre um espaço aconchegante, inusitado: um sofá, a sombra de uma árvore, um pequeno tapete, os primeiros degraus de uma escada.


  2. Assuma o lugar de leitor e a alegria de dividir narrativas com as crianças.


  3. Escolha sempre histórias que te encantam. É preciso gostar do que se lê, pois só assim é possível contagiar o ouvinte com nossas histórias e narrativas.


  4. Dê vida às histórias: perceba o ritmo, escolha a entonação adequada, use todo seu corpo para dar vida ao enredo.


  5. Envolva o ouvinte, fisgando-o pelo olhar e convidando-o a participação. Ele deve mergulhar na aventura, se surpreender com o que acontece, tentar imaginar o que está por vir.


  6. Lembre-se de que a experiência com a escuta deve começar e terminar como a própria narrativa. Não busque explicações, justificativas, pretextos. A história precisa se bastar: a experiência se conclui com o desfecho do enredo.


  7. Tenha em mente que a leitura de um texto não se esgota em uma primeira leitura. Cada vez que voltamos a uma história, descobrimos detalhes, novas possibilidades, outros entendimentos.


Fonte: Itaú

12 de out. de 2010

4 dicas para o dia a dia da criança autista





1. Trabalhe para a independÊncia de seu filho.




  • Incentive seu filho a se vestir sozinho. Uma técnica muito utilizada é começar deixando apenas o último passo para ele. Se estiver ensinando a vestir uma camiseta, coloque tudo e deixe apenas que ele puxe para passar a cabeça; se for uma calça, coloque as pernas e deixe que ele a puxe até a cintura. Assim ele entenderá que a ação era vestir a peça. Vá retrocedendo em pequenos passos até que ele execute a ação de forma inteiramente independente.



  • Incentive-o também, da mesma forma, a se servir, comer, beber e assim por diante.

Ao fazer isto, fique calma e elogie tranquilamente cada pequeno avanço. Não fale mais que o necessário e evite irritar-se com pequenos retrocessos. Pense que neste momento você é mais que um pai e uma mãe. Você é um pai ou uma mãe que está cumprindo um papel muito importante para seu filho.


2. Estabeleça rotinas que facilitem a organização de seu filho.


A criança autista tem uma tendÊncia muito grande a se fixar em rotinas. Você pode utilizar isso a favor da tranquilidade da mesma. Por exemplo, para organizar uma boa noite de sono, em horários pré-ixados, dê o jantar, o banho, vista o pijama, coloque-a na cama e abaixe a luz. A ordem pode ser esta ou alguma outra um pouco diferente, de acordo com sua preerência.


Nada melhor para enfrentar um dia duro de trabalho que uma boa noite de sono. E uma rotina para encerrar o dia funciona bem para a maioria das pessoas.


Mas tente fazer disto uma forma natural de encerrar o dia de seu ilho, e não um ponto de atrito entre membros da família.


3. Ensine seu ilho a quebrar rotinas.




  • Faça pequenas mudanças na vida diária, no começo de preferência uma de cada vez. Mude o lugar de seu filho à mesa, tente variar a comida, colocar a TV em um canal que não seja o preferido dele, mude o caminho de ir à escola. As rotinas não são imutáveis, e é melhor que seu filho aprenda isto desde cedo.



  • Você pode achar paradoxal, mas ao mesmo tempo em que a rotina é importante, é importante também aprender a aceitar mudanças.

4. Frequente locais públicos com seu filho.



Se seu filho or pequeno, dê preerência a parques públicos onde ele possa brincar em atividades necessárias para qualquer criança - principalmente para ele -, como escorregar, balançar-se, pendurar-se, etc.


Se ele for maior, faça caminhadas em parques, será muito bom tanto para você quanto para ele.


É importante frequentar locais públicos com seu filho, mesmo porque algumas vezes isto é inevitável.


Se você tiver oportunidade de organizar-se neste sentido, depois de algum tempo vai perceber que realmente valeu a pena.


Fonte: Autismo - Guia Prático (Ana Maria S. Ros de Mello)

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Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...