24 de mar. de 2011

Incentivos para a Comunicação

Técnicas e sugestões para uma melhor comunicação.



As crianças com autismo ficam mais propensas a se comunicar de forma bem sucedida em ambientes que são planejados para incentivar e apoiar seu empenho.


Para que a criança inicie uma comunicação efetiva, devem ser preenchidas duas condições.


1. A criança tem que ter um motivo para se comunicar (POR QUE). Isto é incentivado pelo uso de materiais/atividades motivadores e pela criação de situações nas quais ela deve comunicar-se para fazer com que algo aconteça.




2. A criança tem que ter um meio para se comunicar (COMO). Precisa ser ensinado à criança o comportamento de comunicação necessário, e os apoios visuais pelos quais tal comunicação vai estar disponível.




Na lista abaixo há uma coletânea de sugestões para montar “instigadores” de comunicação que sejam significativos e motivadores para as crianças. Muitos incluem brincadeiras. Alguns incluem situações de solução de problemas. Todas incluem um bom “timing”, especialmente “esperar”, por parte do adulto que monta a situação e responde as tentativas de comunicação da criança.


Envolva-se em uma programação regular de brincadeiras e DIVERTIDA, depois dê uma pausa e espere. Para que a criança a reinicie esta prática. Se a programação das brincadeiras envolve movimentos motores, linguagem simples, e um objeto específico, então a criança tem várias opções de COMO reiniciar a programação prazerosa.


Exemplos:



Assoprar bolinhas de sabão/bexigas


Brincadeiras com travesseiroInterações físicas tal como cócegas ou balanceios


Brincadeiras motoras/músicas


Rolar/girar um objeto




Coloque obstáculos que aumente seu desejo pelos objetos ou atividades.



Exemplos:


As coisas que estejam fora de alcance, porém à vista.


Fique de pé na frente da porta de entrada/ lugar almejado.


Embalagens que a criança não consegue abrir independentemente.


Brinquedos com mecanismos que a criança não consegue operar facilmente.



Crie situações para solução de problemas.



Exemplos:


Deixe peças de um quebra-cabeça ou outro brinquedo/jogo motivador.


Coloque peças a mais do que irão ser usadas em uma determinada atividade.


Dê os sapatos do papai ao invés dos dela.


Ponha um cubo no prato na hora do lanche.


Deixe longe um instrumento/objeto necessário na hora de comer.


Derrame alguma coisa.



Esteja atento às situações que a criança não gosta. Antes que os comportamentos negativos se tornem num problema, ensine a criança a comunicar “acabou" ou "para" ou "me dá um tempo", e então respeite tal comunicação.




Exemplo:



Ofereça alimentos que ela não gosta e ensine uma forma aceitável de recusá-las.


Ensine “me dá um tempo” em meio a uma situação estressante, tal como durante um corte de cabelo, porém retome-o depois que foi dado um tempo/pausa.



Ofereça escolhas, torne-as visuais, sempre que possível, durante todo o dia.



Exemplo: Comidas e bebidasbrinquedos/vídeos/cançõeslugares para irroupas para usar



Pratique a alternância (cada um tem sua vez) durante atividades motivadoras, usando uma dica visual junto com dicas verbais para indicar de quem é a vez.



Exemplos de dicas visuais:


Mão levantada com a palma voltada para a pessoa que tem a vez;


Passar objeto para frente e para trás para sinalizar de quem é a vez (peças do jogo, microfone);


Cartão com o nome ou figuras para sinalizar de quem é a vez;


Um distintivo ou um chapéu para indicar de quem é a vez.



Pontos Chaves para Lembrar


1. Estamos ensinando a criança a COMO se comunicar (um sistema) e POR QUE se comunicar (interação).



2. A comunicação multimodal (combinar gestos, figures, palavras, objetos) é BOA e ajuda a criança a aprender mais rapidamente tanto COMO quanto POR QUE? Responda a intenção comunicativa da criança sempre que possível, que seja ela use uma palavra falada, um gesto, uma figura, um objeto, etc.



3. Os suportes visuais para a comunicação com crianças com autismo são decisivamente importantes porque:



- São estáveis ao longo do tempo;


- Chamam e mantém a atenção;


- Usam uma modalidade de aprendizagem forte / consistente;


- Torna os conceitos mais concretos;


- Ajuda a isolar o conceito que a comunicação se dirige a outra pessoa;- São técnicas boas para dar dicas.



4. Para ajudar seu aluno a te entender e também a desenvolver sua própria linguagem expressiva:


- Limite sua linguagem a palavras que ele saiba, tente usar as mesmas palavras toda vez quando na mesma situação.


- Use sentenças ou frases curtas e simples;


- Fale devagar e claramente, e ESPERE;


- Exagere seu tom de voz e expressão facial;


- Use gestos e outras modalidades visuais (figuras, objetos, palavras impressas), lado a lado com sua linguagem verbal;


- Quando a criança está estressada ou perturbada, reduza sua linguagem verbal e aumente o uso de suportes visuais;


- Imite o que a criança diz, e amplie levemente o que ela diz;


- Quando notar que a criança está envolvida em algo que lhe interessa, use linguagem simples para descrever o que ele está fazendo. Emparelhar palavras com ações torna-as mais significativas.



Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...