28 de jun. de 2013

As 7 Necessidades Imprescindíveis da Infância


Os elementos necessários ao desenvolvimento sadio não são complicados e não apresentam mistério algum.

Primeiro

            Toda criança precisa de um ambiente seguro que inclua ao menos uma relação estável, sem grandes surpresas, que lhe transmita proteção e apoio, com um adulto, não necessariamente o pai ou a mãe biológicos, mas alguém que assuma um compromisso pessoal de cuidar do bem estar diário da criança e que disponha dos meios, do tempo e das qualidades pessoais necessárias para levar a termo esse compromisso. Riqueza e alto nível de instrução não se encontram entre essas qualidades; a nosso ver, maturidade, responsabilidade, responsividade, compreensão e dedicação são as qualidades essenciais.

Segundo

            Relações consistentes, que envolvam carinho e atenção, proporcionadas pelos mesmos responsáveis, incluindo o responsável primário, desde os primeiros dias de vida e por toda a infância, são condições básicas da competência tanto emocional quanto intelectual, permitindo que a criança estabeleça o elo profundo que se transformará numa sensação de humanidade compartilhada e, por fim, de empatia e compaixão. As relações, sejam com os pais ou com as pessoas que lidam diariamente com a criança, devem apresentar essa estabilidade e consistência.

Terceiro

            A necessidade de uma interação rica e contínua. Amor, cuidado e atenção são essenciais, mas não suficientes. Durante os primeiros cinco anos de vida, as crianças decodificam o mundo através de suas próprias ações e das reações de seus pais ou responsáveis. Ela só consegue desenvolver uma percepção de sua própria intencionalidade ou das fronteiras entre seus mundos interior e exterior por intermédio de trocas com pessoas que conheçam bem e em quem depositem a mais absoluta confiança. No decorrer de seu desenvolvimento, suas interações devem também crescer em complexidade e sutileza. Isso pressupõe a capacidade dos pais ou dos responsáveis de interpretar os sinais individuais da criança, reagindo com flexibilidade e de forma adequada. É claro que esse tipo de relacionamento é particularmente decisivo na infância, quando as iniciativas das crianças são as mais rudimentares possíveis.

 Quarto

            Cada criança, juntamente com sua família, necessita de um ambiente que lhe permita avançar nos estágios de desenvolvimento segundo seu próprio ritmo e estilo. Só assim ela pode desenvolver uma visão de si mesma, tanto como indivíduo distinto quanto membro de grupos específicos. Programas eficazes de intervenção devem permitir as diferenças individuais e delas se beneficiar. No entanto, inúmeros deles enfatizam as características em comum de muitas ou da maioria das famílias, em vez de realçar a singularidade que distingue as pessoas. Como não falam a “linguagem” especial de uma dada família, os profissionais envolvidos podem facilmente diagnosticar de forma equivocada as capacidades das crianças, fantasiando profecias anunciadas de dificuldades e fracasso. Posteriormente, o respeito pela individualidade dará às crianças mais velhas e aos adolescentes a oportunidade de desenvolverem identidades fortes, sejam elas exploratórias ou potenciais.

 Quinto

            As crianças devem ter a oportunidade de experimentar, encontrar soluções, correr riscos e até mesmo fracassar em suas tentativas. Quando elas tentam diferentes abordagens, buscam saídas e avaliam todas as opções, vemos brotar a perseverança e autoconfiança necessárias ao êxito de qualquer empreitada mais séria. O auto-respeito e a auto-estima positiva da criança tem suas raízes nas relações que escoram suas iniciativas e sua capacidade de resolver problemas. A experiência viva de se engajar com coisas e pessoas e superar dificuldades faz com que ela acredite de verdade em seus próprios poderes. Muitos programas que pregam esses valores na teoria adotam procedimentos que, na prática, incentivam a passividade e a dependência, ao retirar da criança a opção de tomar suas próprias decisões.

 Sexto

            As crianças precisam de uma estrutura e de claros limites. Sua segurança advém de saberem o que esperar dos outros e o que os outros esperam delas. Eles aprendem a construir pontes entre seus pensamentos quando seu mundo é predizível e responsivo. Limites firmes e sensatos, definidos numa atmosfera acolhedora e empática, constituem um elemento crucial de qualquer relacionamento que genuinamente fomente o crescimento da criança, permitindo-lhe desenvolver autodisciplina e responsabilidade.
            
Sétimo

            Para atingir esses objetivos, as famílias precisam de vizinhança e comunidades estáveis. A atenção adequada, consistente e profundamente engajada de que a criança necessita para dominar os níveis de desenvolvimento requer adultos maduros, empáticos e emocionalmente acessíveis.


Fonte: A evolução da mente (Stanley Greenspan)

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