5 de dez. de 2013

Mas … e o que é BRINCAR?


Muitos autores estudaram o brincar e falam sobre o seu potencial para desenvolver a imaginação, a criatividade, a organização do pensamento, competências motoras e sensoriais, a atenção, a linguagem, aprendizagem de conceitos, a capacidade para ultrapassar medos e conflitos emocionais, etc.
Então como é que podemos definir o BRINCAR? E o que é que o distingue de JOGAR, TRABALHAR ou outros comportamentos?
São 6 os factores que definem as características do Brincar:
1. Motivação intrínseca: a criança quando brinca está intrinsecamente motivada e não se baseia em normas sociais, espectativas dos outros ou recompensas externas. Quando BRINCA a atividade é feita porque quer e porque lhe dá prazer.
2. O BRINCAR está focado nos meios e não no produto final: a criança quando BRINCA auto define os seus objetivos que pode ir alterando à medida que BRINCA. Por isso Brincar é espontâneo. O facto de estar focada nos meios e não no produto final diferencia o BRINCAR da realização de trabalhos.
3. Ao BRINCAR a criança esta centrada nela própria em vez de estar nos objetos: isto diferencia os comportamentos exploratórios do BRINCAR. O comportamento exploratório centra-se num objecto pouco conhecido e é Guiado pela necessidade de obter informação sobre ele:” O que é que este objecto faz?”. No BRINCAR o comportamento é centrado no próprio e é guiado pela questão: ”O que é que eu posso fazer com este objecto?”.
4. O BRINCAR não é limitado pelos objetos: O BRINCAR não se limita à atividade qual a qual se assemelha. Por exemplo a criança não está só a cozinhar, mas está a brincar aos restaurantes. Os objetos são tratados como se fossem outra coisa há uma qualidade de faz de conta no BRINCAR que os distingue de outros comportamentos.
5. O BRINCAR é livre das regras impostas externamente: isto diferencia o BRINCAR de fazer jogos e a flexibilidade é a característica principal.
6. Ao BRINCAR a criança envolve-se ativamente: BRINCAR é diferente de estados passivos ou de fazer atividades com aborrecimento e pode incluir BRINCAR com as ideias ou com as palavras (por exemplo quando as crianças inventam uma língua nova)
Sabemos que o brincar tem um poder mágico para abrir o potencial da criança, especialmente quando está limitada pela doença ou qualquer outro problema.
Observemos as nossas crianças que sabemos com um horário tão ocupado de atividades e tentemos perceber: Será que brincam? Terão oportunidade para deixar que o potencial Mágico do BRINCAR possa abrir todo o seu potencial?

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Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...