20 de mar. de 2010

Acomodações

Para ajudar uma criança a ser bem sucedida em situações sociais e aprender as habilidades sociais fundamentais ao seu desenvolvimento, é necessário preparar a criança tais. Aqui está uma lista de recomendações que ajudarão as crianças a prosperar em situações sociais:

1. Prepare o seu filho antes de entrar em uma situação social, dando instruções precisas.
2. Certifique-se que a situação social é apropriada para o seu filho.
3. Ensine seu filho através de jogos: role-playing, usando bonecos, brinquedos, histórias, músicas etc
4. Ensine-os a partilhar, a prática se revezando, seguindo as regras.
5. Fazer uso de situações naturais para ensiná-los: exemplos referidos, observar os outros em um parque ou playground, comentar sobre o que você vê nos vídeos e programas de TV.
6. Reforçar o comportamento social positivo.
7. Use fotos e vídeos para introduzir o seu filho para pessoas diferentes.
8. Ajude a construir a auto-estima da criança, atribuindo-lhes papéis de liderança dentro da família.
9. Incentive seu filho a ajudar e participar nas tarefas domésticas diárias.
10. Utilizar os erros como oportunidades para ensinar o comportamento social adequado, em vez de puni-los.
11. Incentivar e aumentar as oportunidades de experiências sociais bem sucedidas.
12. Evitar e minimizar tanto quanto possível fracasso social.
13. Inclua seu filho em cada interação familiar possível, desde que seja apropriado para crianças.
14. Falar sobre emoções para que sua criança aprenda as palavras, para expressar o que ele está sentindo.
15. Validar seus sentimentos e ter empatia.

Por Patrícia Piacentini

Para refletir !

HABILIDADES FUNCIONAIS
Meu irmão mais velho, Daryl
Tem 18 anos, é deficiente mental (QI 30-40)
Está na escola há 12 anos
Nunca esteve em nenhum outro ambiente
Teve muitos anos de "instrução individual"
Aprendeu muitas coisas !
Daryl consegue agora fazer muitas coisas que não sabia antes !
Consegue por 100 pinos em uma prancha com 95% de acerto.
Mas, não fichas para comprar uma Coca
Consegue mostrar seu nariz, ombro, perna, pé e ouvido. Ainda está aprendendo braço e tornozelo.
Mas não consegue assoar o nariz quando precisa.
Consegue fazer um quebra-cabeças do Mickey com 12 peças com 100% de correção,
Colorir um coelhinho da Páscoa e ficar dentro das linhas.
Mas, ele prefere música e nunca lhe ensinaram a ligar o rádio ou toca-fitas.
Ele agora consegue dobrar papel na metade e até em quatro.
Mas, não consegue dobrar suas roupas.
Consegue separar blocos por cores, até 10 cores diferentes !
Mas, não consegue separar suas roupas brancas das coloridas para lavar.
Pode rolar massinhas e fazer coisas maravilhosas.
Mas, não consegue enrolar a massa para fazer pãezinhos.
Sabe enfiar contas alternando cores e copiando um modelo !
Mas não sabe enfiar o cordão em seus sapatos.
Consegue cantar o alfabeto e dizer-me, com 80% de exatidão, os nomes de todas as letras maiúsculas quando apresentadas em fichas.
Mas, não sabe distinguir o banheiro feminino do masculino quando vamos ao McDonald's.
Sabe identificar com 100% de exatidão 100 figuras diferentes.
Mas, não sabe pedir um hamburguer mostrando e fazendo gestos.
Sabe andar em uma prancha de equilíbrio para frente, de lado e para trás !
Mas, não consegue subir sem assistência nas arquibancadas do ginásio para o jogo de basquete.
Sabe contar até 100 de memória.
Mas não sabe quanto dar no McDonald's para pagar uma refeição de $12,59.
Consegue por o bloco dentro, em baixo, ao lado e atrás da caixa.
Mas, não sabe achar o lixo do McDonald's e esvaziar sua bandeja.
Sabe sentar-se em um círculo com comportamento apropriado e cantar "Ciranda, Cirandinha"
Mas, ninguém mais da sua idade, na vizinhança, parece querer fazer isso.
Eu acho que talvez ele ainda não esteja pronto ...
(Traduzido e adaptado por Heloíza Goodrich)

Escola e Socialização


O período da pré-escola e início da Educação Fundamental, tem uma importância especial.Até os 6 anos de idade a criança está na fase de desenvolver as bases da auto-estima. Ela vai se sentir segura e bem amparada se perceber que pais e escola andam na mesma linha.A escola é importante para período da socialização.


Os especialistas em desenvolvimento infantil dividem a socialização em três diferentes etapas.


Desde a fase de bebê até os 2 anos de idade.

Quanto mais nova a criança, mais individual e egocêntrica(considera que todo o mundo e todas as pessoas giram ao redor de si próprio) é a sua brincadeira.


À medida em que a criança interage com os objetos e com os outros, vai construindo relações e conhecimentos a respeito do mundo em que vive, porém, nesta fase, esse conhecimento ainda não é suficiente para que a criança estabeleça relações de grupo.


-Socialização Primária-a criança aprende a conviver em família.

A socialização primária é tarefa da família, através dos vínculos de afetividade e respeito.A família é considerada como instituição muito importante no processo de aprendizagem. É pela socialização primária que são interiorizadas normas e valores, assim como formas de relacionamento.


-Socialização Secundária-quando a criança começa a conviver com os coleguinhas da escola.


Essa divisão foi feita há mais de trinta anos, e ainda hoje é usada. Porém, é preciso levar em conta que os filhos vão cada vez mais cedo para as escolas, pois levados pelas necessidades do trabalho, pais e mães ficam por longos períodos fora de casa.Os pais têm o direito a ter uma vida profissional. Mas, por outro lado, defende que eles invistam na qualidade do tempo que passam com os filhos.

Nos poucos momentos juntos, pare, ouça e olhe para o seu filho. Pouco tempo de convivência intensa é muito mais gratificante (e eficiente na formação do indivíduo) do que longos períodos, mas de maneira desatenta. E, em nenhuma hipótese, abra mão de acompanhar o processo escolar. Hoje em dia as escolas estão muito mais abertas à participação da família, de várias maneiras.


Para os especialistas, um fator importante para uma parceria eficiente é a escolha da instituição de ensino certa. Quando se tem mais de um filho, é preciso lembrar que nem sempre a escola adequada para um é também certa para o outro. Caso um deles apresente algum problema de adaptação ou aprendizado, não menospreze a situação, pensando que com o tempo ele vai se ajustar como aconteceu com o irmão. Converse com a escola e tente identificar o problema. Em muitos casos, a saída é buscar outro colégio. Embora seja cômodo manter todos na mesma instituição, nem sempre isso é possível.


A criança quando cresce vai adquirindo responsabilidades: em casa, na escola e na sociedade. Incentive esse processo para o bem de todos. Crianças responsáveis e com autonomia ficam mais preparadas para enfrentar novos desafios, e não sobrecarregam os pais. Gestos simples são muito significativos para os filhos, e uma grande ajuda para fortalecer a auto-estima:


- Deixe seu filho participar da arrumação do material escolar. Dê a ele a responsabilidade de levar a mochila da classe para o carro, e de guardá-la em um local estipulado assim que chegar em casa;

- Peça a opinião dele sobre quais alimentos colocar na lancheira. Essa é uma ótima oportunidade para orientá-lo sobre alimentos saudáveis. É claro que se depender só das crianças, o lanche vira uma festa cheia de chocolates, bolachas e refrigerantes. Por isso, explique a importância de uma alimentação balanceada, e negocie com ele um dia especial, para que alguma guloseima da escolha dele entre no cardápio;

- Mande casacos e moletons identificados com o nome do aluno, mas reforce a recomendação para que ele cuide das próprias coisas e fique responsável pelo retorno da roupa que foi para a escola.

7 de mar. de 2010

Todas as crianças brincam ?


Embora o impulso natural da criança seja para brincar, algumas crianças não conseguem fazê-lo, pelo menos da forma mais habitual. Entre as crianças que apresentam essa dificuldade, as mais óbvias são as portadoras de autismo. Na verdade, essa é uma das características que ajudam na identificação do quadro. Entretanto, existem outras crianças que, embora sem apresentarem um diagnóstico, apresentam a mesma dificuldade no brincar, talvez com pequenas diferenças. Observamos que algumas se interessam por alguns momentos pelo brinquedo ou pelo objeto mas não permanecem muito tempo na atividade. Quase que imediatamente outro brinquedo chama sua atenção e vão atrás dele para abandoná-lo em seguida. Esse é um traço bastante comum nas crianças com dificuldade de integração sensorial, no grupo que apresenta dificuldade de planejamento motor ou dispraxia.
Para se entender porque isso acontece, precisamos pensar sobre as características do brincar. Pressupõe a habilidade de suspender a realidade, de ter uma motivação intrínsica e uma percepção de controle interno. (Bundy, A). Pressupõe um espírito lúdico, uma habilidade de planejar uma sequência de ações e de ser o criador. Não existe uma forma correta de brincar; interessa mais a ação que o produto final. Tanto as crianças com autismo quanto as crianças com dispraxia têm dificuldade em planejar o que fazer com um objeto que não tem um papel pré determinado, tal como uma caixa de papelão ou rolo de barbante. A praxia é o que garante a ideação, ou seja, a habilidade de imaginar o que fazer com um objeto sem papel definido ou não familiar.

A criança com dificuldade na ideação dá preferência a brinquedos que já têm um papel definido. Por exemplo, gostam muito de bonequinhos personagem, com os quais reproduzem cenas de filmes ou do cotidiano. Também gostam de brinquedos como Legos, que têm um modelo a ser seguido. Dificilmente montam uma brincadeira em que existe substituição de função para os objetos, tal como fazer com que uma latinha seja o telefone ou a boneca seja a mamãe.

Outras crianças são capazes de inventar um “script” para a brincadeira mas são rígidas em relação a execução, fazendo com que seja difícil a interação com os amigos, que podem querer mudar a forma que a estória foi idealizada, trazendo muitos conflitos e fazendo com que a criança tenha poucos amigos. Essas crianças podem preferir ser o “diretor de cena” a ser um participante real da brincadeira , porque vão ter dificuldade na execução do plano. Tendem a ficar muito bravas se alguém sugere uma modificação no enredo porque fica difícil dar continuidade.

Outras ainda, preferem ser coadjuvantes na brincadeira e são capazes de seguir o enredo sugerido por um amigo mas não sabem como iniciar a brincadeira independentemente ou como dar continuidade a uma idéia que alguém apresente.
Assim, embora tenham vontade de brincar, essas crianças são incapazes de fazê-lo por um tempo prolongado, de participar em brincadeiras com outros ou ainda de participar de uma variedade de atividades lúdicas.

Essas dificuldades vão se refletir nas atividades acadêmicas ou sociais, fazendo com que seja difícil por exemplo idealizar uma estória para escrever uma composição ou participar com amigos de situações em que seja necesssário ter uma certa flexibilidade. São incapazes de suspender a realidade ou de realmente se divertir em uma atividade lúdica.

Embora a motivação para brincar seja inerente à criança, a habilidade de fazê-lo pressupõe uma série de pré requisitos que nem sempre estão presentes no desenvolvimento da criança; O brincar pode parecer uma atividade fútil, porém é indispensável para o desenvolvimento de habilidades de aprendizagem e de interação social.
Texto: Heloiza Goodrich

4 de mar. de 2010

Transtornos de Discriminação Sensorial



Discriminação é a habilidade para interpretar as características temporais e espaciais dos diferentes estímulos sensoriais. É a habilidade que nos permite fazer coisas, como, por exemplo, localizar uma moeda dentro da bolsa, abotoar a blusa e girar o lápis rapidamente para usar a borracha na extremidade oposta, sem uso da visão. Boa discriminação das sensações de movimento pelo sistema vestibular nos informa se somos nós ou o ambiente que está em movimento, o que é essencial para a manutenção do equilíbrio e estabilidade do campo visual. Discriminação tátil nas mãos e nos dedos parece relacionada à destreza e à habilidade com que usamos as mãos para manusear objetos e, por exemplo, escrever. Sem boa discriminação visual a criança tem dificuldade para identificar letras parecidas, como d, b, p e . As falhas de discriminação sensorial são identificadas por meio de testes específicos, no caso o SCSIT e o SIPT, e não são examinadas de forma isolada, pois, geralmente, contribuem para outros problemas, como os transtornos motores de base sensorial.

A criança tem dificuldade para:
» Abotoar a blusa ou manusear objetos sem monitoramento visual.
» Identificar, sem olhar, formas geométricas ou objeto familiar colocado em suas mãos.
» Graduar a quantidade de força (ex: escreve fraco demais, apaga com força e rasga o papel).
» Escutar e se orientar quando é chamado, especialmente se há algum barulho de fundo.
» Se orientar espacialmente (ex: se perde na escola ou em lugares conhecidos).
» Alinhar e organizar números ou letras na folha de papel.
» Diferenciar cheiro ou sabor da comida (ex: não ter preferências alimentares).

Comportamento social:
» É mais lenta que os colegas para concluir tarefas.
» Pode parecer desligada, desinteressada do ambiente.
» Tem dificuldade para seguir instruções, é necessário repetir comandos.
» Se perde facilmente.
» Não gosta de fazer quebra-cabeça ou jogos de montagem.

Fonte: Intervenções da Terapia Ocupacional; texto de Lívia Magalhaes.

Comentários e Sugestões

Acredito, que o trabalho em conjunto nos faz crescer !!! Deixe aqui, comentários e/ou sugestões para as próximas postagens no blog. bjs

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...